Uma História censurada?

Investiga-se e publica-se livre e pluralmente em História, e ela é ensinada nas escolas e nas universidades com tanta liberdade e criatividade que alguns dos que a ensinam e escrevem, como Palma, o fazem negando/omitindo muito daquilo que a investigação há muito documentou.

Um dos sintomas da bolsonarização da direita intelectual portuguesa é o tom conspiracionista que vem alimentando há anos relativamente à investigação e, sobretudo, ao ensino da História em Portugal. No último mês, entre a divulgação dos delírios de grandeza de um editor da SIC que se meteu a historiador e o novo episódio de vitimismo protagonizado por um economista que foi ao congresso das direitas defender a bondade da política económica salazarista para depois se queixar dos ataques e de uma “indústria de falsificações e deturpações” lançada contra ele. As duas personagens têm em comum a denúncia destrambelhada e de tom puramente bolsonarista de “censura” exercida contra eles e contra as suas teses. Acompanhados do altifalante permanente (João M. Tavares) da denúncia da “ditadura da memória da ditadura” - exatamente o que dizia Bolsonaro no Brasil até chegar ao poder -, os dois acham que existe em Portugal uma “História oficial” contra a qual eles, pelo contrário, fazem “História objetiva” (Nuno Palma) e “investigação sem preconceitos” (José Gomes Ferreira).

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