Em Paris, sem turistas, LVMH revela reforma da loja La Samaritaine

Devido ao contexto actual, poderá levar um ou dois anos até que os turistas regressem em massa a França. Porém, quando tudo voltar ao normal, a La Samaritaine espera cerca de cinco milhões de visitantes por ano.

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LUSA/CHRISTOPHE ARCHAMBAULT / POOL
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A gigante francesa de luxo LVMH desvendou, na segunda-feira, a renovada La Samaritaine, um grande armazém de venda ao público com 150 anos e que se encontrava fechado há mais de uma década. Com reabertura prevista para esta quarta-feira, 23 de Junho, a perspectiva é a de consiga alcançar uma maior fatia do consumo turístico, assim que as regras para viajar por causa da pandemia sejam aliviadas.

Após 16 anos encerrado, o estabelecimento acolherá 600 marcas, das quais 50 em exclusivo, e oferecerá aos compradores uma vasta gama de preços. Além disso, no topo, incluirá um hotel de luxo e 96 apartamentos. Por fim, contará ainda com um passadiço móvel de 100 metros — como nos aeroportos —, através de um túnel, para estacionamento nas proximidades.

A LVMH, que adquiriu pela primeira vez uma participação na La Samaritaine em 2001, gastou 750 milhões de euros na sua transformação, que inclui um exterior em vidro ondulado contemporâneo de um dos lados, concebido pela dupla de arquitectos japoneses Sanaa, Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa. A esperança é que a loja rivalize com pares como a Printemps, controlada pelo Qatar, e as Galerias Lafayette, de propriedade familiar. Cerca de 37 milhões de consumidores visitam anualmente a principal loja desta última, em Paris.

Face à concorrência do comércio online, os grandes armazéns físicos procuram reinventar-se há já algum tempo, mesmo antes da pandemia de covid-19, como destinos de excursões diárias. A crise, contudo, dificultou este processo e forçou, inclusivamente, vários nomes prestigiados, nomeadamente nos Estados Unidos, a declarar falência.

“Queríamos reabrir numa altura em que a vida está a começar a voltar”, explica Eleonore de Boysson, do grupo DFS na Europa e Médio Oriente, empresa de luxo detida maioritariamente pela LVMH. Embora a reabertura estivesse inicialmente prevista para o ano passado, os planos acabaram por se atrasar em consequência da emergência sanitária. Segundo Boysson, devido ao contexto actual, poderá levar um ou dois anos até que os turistas regressem em massa a França. Porém, quando tudo voltar ao normal, a La Samaritaine espera cerca de cinco milhões de visitantes por ano.

Actualmente, com as taxas de contágio do coronavírus a cair na maior parte da Europa, a França começou já a levantar restrições. Ainda assim, os viajantes estrangeiros, particularmente os não europeus, continuam em grande parte ausentes, sendo os gastos dos que visitam o país uma importante fonte de rendimento para as marcas de luxo — mesmo tendo os consumidores chineses, a principal clientela da indústria do luxo, começado a comprar muito mais a partir de casa durante a pandemia, tendência que se espera se venha a manter.

A LVMH, que está por detrás de marcas de moda e acessórios como a Louis Vuitton, faz 8% de um total de 45 mil milhões de euros em vendas só em França, sendo também proprietária do armazém parisiense Le Bon Marché. O seu último empreendimento, a La Samaritaine, com 20 mil metros quadrados de espaço comercial, situa-se nas margens do Sena, perto de atracções turísticas como a Catedral de Notre-Dame e o museu do Louvre. A loja é famosa pelo seu edifício da era de 1920 e pela sua fachada dourada em Art Déco.

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