Billie Eilish “horrorizada” por ofensa racial que proferiu quando era mais nova

Esta terça-feira, a cantora abordou a controvérsia provocada por um vídeo, de quando era mais nova, em que parecia incorrer em atitudes racistas contra a comunidade asiática. “Não pretendia que nenhuma das minhas acções tivesse causado dor a outros.”

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Reuters/MIKE BLAKE

Desde o início deste mês que Billie Eilish tem-se visto no meio de uma controvérsia por causa de um vídeo, que surgiu na rede social TikTok, em que parece ter um comportamento racista relativamente à comunidade asiática. Esta terça-feira, através das histórias do Instagram, a cantora norte-americana abordou a questão.

O vídeo, que é na verdade uma compilação de pequenos vídeos, mostra diversos momentos de Billie Eilish quando esta era mais nova. De acordo com a cantora, teria “13 ou 14 anos”. Num deles, a adolescente surge a proferir uma ofensa racial. Noutros, parece imitar sotaques de modo a ridicularizar quem os tem. “Muitos de vocês me têm pedido para falar sobre isto, e isto é algo que eu quero abordar porque estou a ser rotulada como algo que não sou”, escreveu na sua conta de Instagram.

Relativamente ao termo que usou, Eilish começa por explicar que não sabia o seu significado quando o pronunciou ao cantar a canção Fish, de 2011, do rapper Tyler, the Creator. “Nessa canção foi a única vez que ouvi essa palavra pois nunca foi usada à minha volta por ninguém da minha família”, refere. “Estou horrorizada, envergonhada e sinto-me mal disposta pelo facto de alguma vez a ter proferido a par com a canção”, desabafa a jovem, agora com 19 anos.

Já quanto ao que pareciam ser imitações insensíveis e racistas do modo de falar da população asiática, Eilish nega a acusação, dizendo tratarem-se, na verdade, de vozes inventadas e tontas que usa para falar com os seus animais de estimação, amigos ou família, algo que começou “a fazer quando era criança” e que fez “toda a vida”. Assim, sublinha, “não é de forma alguma uma imitação de alguém ou de qualquer língua, sotaque ou cultura”.

Ao longo do texto, a cantora vai-se descrevendo como “desolada” com os acontecimentos. “Não pretendia que nenhuma das minhas acções tivesse causado dor a outros”, lamenta. Porém, não deixa de destacar o papel que tem desempenhado até hoje, oposto à forma como tem sido descrita desde o ressurgimento destes curtos vídeos: “Não só acredito, como sempre trabalhei arduamente para utilizar a minha plataforma para lutar pela inclusão, bondade, tolerância, equidade e igualdade”, sublinha. Ainda assim, ressalva que “todos precisamos de continuar a ter conversas, a ouvir e a aprender”. E acrescenta: “Eu ouço-vos.”

Desde que espoletou a pandemia da covid-19, os americanos de ascendência asiática têm sofrido ataques à sua integridade física, resultantes por várias vezes em morte, consequentes do racismo que o contexto actual tem motivado, uma vez que a Ásia foi a primeira região onde foram detectados casos de pessoas infectadas com o novo coronavírus. 

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