Mudanças prometidas na selecção para “atacar bem e defender bem”

Portugal defronta esta quarta-feira a França em Budapeste na última jornada do Grupo F. Um ponto é suficiente para que os portugueses garantam a qualificação para os oitavos-de-final do Euro 2020.

Portugal tem jogo decisivo frente à França

Ao terceiro jogo, quando parecia que o fado português apontaria para uma reedição da final do Euro 2016 com a qualificação de Portugal para os oitavos-de-final do Euro 2020 presa por arames, a concorrência – e a robusta vitória por 3-0 na estreia do Grupo F contra a Hungria -, deu um precioso auxilio à matemática portuguesa. No regresso ao Puskás Arena, em Budapeste (20h, RTP1), os jogadores nacionais sabem que um ponto é suficiente contra a França e Fernando Santos admitiu que fará mudanças no “onze”. Com que mentalidade? “Jogar para ganhar, não querendo perder”.

Quatro dias depois do desastre de Munique, jogo onde a passividade portuguesa, reconhecida no final por Fernando Santos, permitiu que a Alemanha fizesse o que habitualmente faz contra Portugal – neste século, os alemães já tinham derrotado os portugueses no Mundial 2006 e 2014, e no Euro 2008 e 2012 -, a selecção nacional não vai precisar de grandes equações matemáticas quando regressar ao relvado do Puskás Arena.

Com a certeza que um empate assegura que ainda não será neste Europeu que Portugal vai falhar na fase de grupos da competição, Santos não escondeu na antevisão do duelo com a França que a última exibição fugiu à “matriz” da selecção portuguesa.

Santos sofreu pela primeira vez quatro golos

Contra a Hungria, no jogo de estreia onde a pressão e a responsabilidade estava toda do lado de Portugal, Fernando Santos mostrou ter a lição bem estudada, montando um plano de jogo que permitiu aos portugueses criarem uma mão cheia de oportunidades para marcarem, ao mesmo tempo que anulava quase por completo um rival que nos últimos dois anos apenas foi batido por Portugal.

Na Alemanha, porém, com os papéis invertidos – Portugal passou de caçador a presa -, a aposta no meu “onze” que tinha defrontado a Hungria revelou-se um tiro ao lado. Sendo a fiabilidade defensiva a imagem de marca das suas equipas, Santos admitiu que sofrer quatro golos pela primeira vez como seleccionador português é um sinal que “alguma coisa não está a correr bem”, transmitido por mais do que uma vez a ideia de que contra a França, Portugal tem de “atacar bem e defender bem”.

Analisando os actuais campeões do mundo, Fernando Santos disse que a reedição da final da Euro 2016 pedirá uma “abordagem diferente”. “A Alemanha jogava com três avançados mais o avanço dos dois laterais. Nós jogámos numa linha a quatro e sabemos que, no mínimo, temos de garantir a igualdade numérica. O que se coloca amanhã [hoje] é um ataque diferente e com os médios a atacarem a profundidade. São três avançados móveis e com dois médios que atacam bem a profundidade, às vezes até o Kanté.”

Sem esquecer que “Mbappé, Griezmann e Benzema são grandes jogadores”, o treinador português alertou que a França tem “médios intensos, que disputam todas as bolas no limite” e “uma linha defensiva muito rápida”, o que obrigará Portugal a estar “fortíssimo em todos os parâmetros”. “O que temos de fazer é, no mínimo, igualar a França e, se possível, correr mais e fazer mais.”

Com que jogadores? Santos ontem apenas revelou que a utilização de Nuno Mendes, que “não treina há vários dias”, “não é questão que se possa colocar”, mas com Budapeste debaixo de uma onda de calor – as temperaturas na capital húngara hoje vão ultrapassar os 35 graus -, o seleccionador disse que tem “dados” para saber quem são os jogadores que “estão em cima ou em baixo”. Assim, é previsível que Portugal apresente esta noite contra a França duas ou três alterações no meio-campo e no ataque.

Para a França, que também não saiu muito bem da fotografia do último jogo – empate sofrido contra a Hungria -, há já a certeza que o Euro 2020 não vai terminar em Budapeste, mas a garantia da qualificação não irá fazer Didier Deschamps revolucionar a equipa.

A precisar de uma vitória para garantir o primeiro lugar e uma viagem para Bucareste onde teria um rival não muito complicado (Suíça ou Ucrânia), o seleccionador francês deve fazer três mudanças em relação à última partida, dando de novo a titularidade a Lucas Hernández na defesa, onde pode também surgir Jules Koundé, que ainda não jogou no Euro 2020. A outra alteração, deverá acontecer no meio-campo, com a entrada de Corentin Tolisso.

Quaisquer que sejam as mudanças, Deschamps garantiu ontem que os franceses não vão jogar em Budapeste com a motivação de eliminar Portugal da competição: “A nossa ambição é obter o melhor resultado possível. Pensar em nós é antes de mais nada a nossa ambição.”

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