UE vai avaliar envio de observadores às eleições regionais venezuelanas

Josep Borrell diz que há uma “possível abertura política” e vai enviar uma missão técnica para avaliar as condições de preparação das eleições de Novembro.

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Josep Borrell não disse quais são as condições para que a UE reconheça os resultados nas eleições venezuelanas JOHANNA GERON/Reuters

O Alto Representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell, confirmou o envio de uma missão técnica à Venezuela para avaliar a preparação das eleições regionais e locais marcadas para Novembro e decidir se a UE vai enviar observadores.

“Há uma possível abertura política. Vou mandar uma missão técnica para considerar se se dão as condições para uma missão de observação”, afirmou o chefe da diplomacia europeia numa conferência de imprensa após a reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros no Luxemburgo.

Este é o passo prévio antes do envio de uma missão de observadores internacionais às eleições de Novembro, algo que Borrell já havia tentado para as eleições legislativas de Dezembro de 2020, sem êxito. De qualquer forma, o Alto Representante não quis adiantar-se e disse que vai tomar uma decisão quando tiver nas suas mãos o relatório técnico da equipa de diplomatas europeus.

“As condições para enviar uma missão de observadores são muito variadas, desde questões de segurança a políticas. É preciso garantir que as pessoas que enviamos podem desenvolver o trabalho num quadro seguro e sem restrições, nem limitações”, explicou, sem indicar as condições concretas que fariam com que as eleições fossem reconhecidas pela UE.

De qualquer forma, Borrell sublinhou que é positivo que a UE tenha “os olhos no terreno”, afirmando que o bloco europeu se “arrepende” de não ter feito a sua própria avaliação da situação em ocasiões anteriores. Estas declarações surgem depois do encontro que manteve com o ministro venezuelano dos Negócios Estrangeiros, Jorge Arreaza, num fórum internacional na Turquia no sábado. Nessa ocasião, Bruxelas defendeu o diálogo político entre o Governo e a oposição venezuelana.

O país já se prepara para as eleições no Outono, um horizonte em que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) renovou a sua composição, incluindo membros da oposição. Perante estes sinais positivos, a UE quer que as eleições garantam as condições mínimas para que participe também a oposição e possa haver observadores internacionais a acompanhar o processo.

Pelo seu lado, o CNE assegurou que trabalha para alterar as regras de observação para as eleições municipais e regionais para que possam participar a UE e as Nações Unidas, algo que não acontece desde 2005.

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