Festival de Música da Póvoa de Varzim conta com Maria João Pires e reaproxima-se do jazz

Pianista protagonizará o concerto inaugural em diálogo com Júlio Resende, a 9 de Julho.

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Maria João Pires Nelson Garrido

A 43.ª edição do Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim vai este ano promover um “diálogo” entre a música erudita e o jazz, numa reaproximação a um estilo que chegou a fazer parte da história do certame. O festival, que decorre de 8 a 31 de Julho, volta em 2021 a sofrer restrições devido à pandemia de covid-19, nomeadamente na lotação dos espectáculos, mas a organização promete que esta será “uma das [suas] edições com mais eventos”.

“Há 43 anos que este festival se vem afirmando como um dos eventos primordiais nesta área, renovando-se profundamente, o que nos deixa orgulhosos. Não teremos o público que gostaríamos de ter em quantidade, mas a qualidade vai manter-se”, diz o vereador com o pelouro da Cultura da Câmara da Póvoa de Varzim, Luís Diamantino.

Na diversificada programação preparada para este ano, surgem vários espectáculos de jazz, vertente que será também abordada na conferência de abertura do festival, proferida pelo musicólogo Rui Vieira Nery, intitulada A música erudita e o jazz: Um século de Amores Clandestinos. “Em 2019 o festival fez uma abordagem ao jazz, algo que já não acontecia há 29 anos, e nesta edição retomamos essa reaproximação. Apostamos nessa abrangência para dar a perceber os diálogos entre a música erudita e o jazz, que historicamente sempre estiveram muito conectados”, explicou o director artístico do festival, Raul da Costa.

O responsável, de apenas 28 anos, e que pela segunda vez coordena o festival, destacou, desde logo, a fusão dos dois estilos no concerto inaugural, a 9 de Julho, com a renomada pianista portuguesa Maria João Pires e o jovem Júlio Resende, também ao piano, num espectáculo intitulado Diálogos. “Maria João Pires já esteve no nosso festival há muitos anos, e é uma honra promover este seu regresso, até porque tem actuado muito pouco em Portugal. Apenas uma vez apresentou este espectáculo com o talentoso Júlio Resende”, frisou Raul da Costa.

Destaque ainda na programação para as actuações do Coro Gulbenkian e da Orquestra de Câmara de Helsínquia, para o espectáculo de ópera O Elixir do Amor, de Donizetti, com intérpretes portugueses, para o agrupamento de jazz Tigran Hamasyan Trio, para o quarteto de cordas David Oistrakh, acompanhado pelo quarteto português Tejo, e ainda para um concerto para famílias a partir do conto A menina do mar, de Sophia de Mello Breyner Andresen.

Para os dois últimos dias do festival estão marcados um recital pelo violinista Tobias Feldmann e pelo pianista Boris Kusnezow, em estreia em Portugal, e um concerto final pela orquestra de época Akademie Für Alte Musik Berlin, na sua dimensão barroca, que vai interpretar obras de Johann Sebastian Bach.

O cravista Pierre Hantaï e o virtuoso da viola da gamba Paolo Pandolfo, também compositor, professor e musicólogo, são outros dois nomes do cartaz do festival.

Além dos concertos, que se distribuirão entre o Cine-Teatro Garrett, o Auditório Municipal, a Igreja Matriz, e a Igreja Românica de S. Pedro de Rates, estão também previstas exposições e masterclasses com alguns dos artistas participantes no festival.

Devido às contingências da pandemia, a lotação dos espectáculos foi reduzida a metade. Para aceder aos espectáculos será obrigatória a utilização de máscara, não será necessário ter um comprovativo de teste negativo à covid-19.

Os ingressos têm um preço unitário de cinco euros por espectáculo e estarão à venda a partir do próximo dia 27 de Junho em bol.pt, mas todas as actuações do festival serão transmitidas, de forma gratuita, através das plataformas digitais e televisivas da RTP.

O Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim é uma organização da Câmara Municipal com o apoio da Direcção-Geral das Artes.

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