Maizum dá-nos mais cinco dias para celebrar o teatro clássico português

Leituras encenadas, tertúlias e as I Jornadas Internacionais de Teatro Clássico Português: tudo na semana que agora começa, de segunda a sexta, em mais uma iniciativa do Teatro Maizum.

Foto
Imagem usada no cartaz de apresentação do festival DR

Seis meses depois da 5.ª edição dos Clássicos em Cena, em Novembro de 2020, o Teatro Maizum volta às leituras encenadas seguidas de tertúlias, mas desta vez com um programa mais ambicioso, sempre centrado no teatro clássico português: um festival e as primeiras jornadas internacionais, estas no último dia, durante a tarde de sexta-feira. O festival decorrerá de 21 a 25 Junho, das 19h às 21h, e (como em 2020) pode ser acompanhado na página de Facebook do Maizum e também na página de Facebook do Palácio Fronteira.

A organização deste Festival de Teatro Clássico Português tem por objectivo, segundo os seus promotores, “celebrar o teatro quinhentista dando corpo e voz a um património que merece ser estudado, preservado e representado”. Trata‐se, afirmam ainda, “de um repertório que urge conhecer melhor, convidando o público e académicos a apreciar e reflectir sobre as criações dramáticas de uma sociedade tão ‘espectacular’ como foi a portuguesa do século XVI, um tempo marcado pela novidade e mudança vertiginosa.”

Ao todo, serão feitas leituras encenadas de excertos de 15 peças de teatro português do século XVI, três em cada dia, começando, logo na segunda-feira, dia 21, com a Comédia dos Vilhalpandos, de Sá de Miranda (19h), seguindo-se a Comédia O Cioso, de António Ferreira (19h30) e o Auto de Ave Maria, de António Prestes (20h). No dia 22, será a vez de três comédias de Jorge Ferreira de Vasconcelos: Comédia Eufrosina (19h), Comédia Ulysippo (19h30) e Comédia Aulegrafia (20h). Dia 23, quarta-feira, serão lidos o Auto da Natural Invenção, de António Ribeiro Chiado (19h), o Auto dos Sátiros, de autor anónimo (19h30) e a Comédia d’El Rei Seleuco, de Luís de Camões (20h). Dia 24, quinta, teremos três autos: o Auto dos Dois Irmãos, de António Prestes (19h), o Auto de Florença, de João de Escovar (19h30) e o Auto de Dom Fernando, de autor anónimo (20h).

Em Portugal e também no Brasil

Por fim, no último dia, sexta-feira 25, o festival encerra com mais três autos, todos de autor anónimo: o Auto de D. Luís e dos Turcos (19h), o Auto de Vicente Anes Joeira (19h30) e o Auto das Padeiras ou da Fome (20h). Todos os dias, no final da última leitura, sempre as partir das 20h30, haverá tertúlias com especialistas e convidados de Portugal e do Brasil. O programa inclui também os horários relativos ao Brasil (menos quatro horas) para cada apresentação.

As leituras encenadas estarão a cargo de 17 actores e actrizes: Ana Sofia Santos, Diogo Andrade, Erica Rodrigues, Guilherme Barroso, Isabel Fernandes, João Ferrador, Júlio Martín, Manuel Vieira, Mário Abel, Margarida Rosa Rodrigues, Marta Kaufmann, Miguel Vasques, Nylon Princeso, Paulo Lages, Silvina Pereira, Susana Sá e Tiago de Almeida.

Por fim, realizam-se ainda entre as 14h15 e as 18h30 de dia 25 as I Jornadas de Teatro Clássico Português, com participação de especialistas portugueses e brasileiros, tendo na sua comissão organizadora Silvina Pereira (ULisboa), Júlio Martín da Fonseca (U. Aberta) e Márcio Muniz (U. Federal da Bahia) e na comissão científica Flávia Corradin (U. São Paulo), Isabel Almeida (ULisboa), Jorge Castro Guedes (director Artístico da Seiva Trupe), José Augusto Cardoso Bernardes (U. Coimbra), Maria Isabel Morán-Cabanas (U. Santiago de Compostela), Michaela Rámon (U. Minho), Pedro Caldeira Cabral (músico e musicólogo), Sérgio Guimarães (U. Minho), Sheila Moura Hue (U. Estadual do Rio de Janeiro), Sylvie Deswarte-Rosa (U. Lyon) e Vanda Anastácio (ULisboa).

As jornadas dividem-se em cinco sessões, com sala aberta no Zoom para os participantes, com comentários e debate, e assistência do público também a partir das páginas de Facebook do Maizum e do Palácio Fronteira, com abertura às 14h15: Comédias e Autos (14h30), Comédias de Jorge Ferreira de Vasconcelos (15h15), O Teatro dentro do Teatro (16h), Enganos, femininos e mundo às avessas (16h45), Identidade, amor e fome (17h30).

Enriquecer o imaginário teatral

“Este projecto de Silvina Pereira, investigadora da Universidade de Lisboa, membro integrado do Centro de Estudos Clássicos e Directora Artística do Teatro Maizum, conta com o apoio da DGArtes, da Câmara Municipal de Lisboa, e da Fundação das Casas de Fronteira e Alorna, e tem como associados, entre outros, o Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro e a Cátedra Fidelino de Figueiredo da Universidade do Estado da Bahia/Instituto Camões”, refere-se no comunicado do Teatro Maizum, acrescentando que “esta amostra pretende enriquecer o imaginário teatral português revelando a grande diversidade das práticas teatrais ao tempo, e mostrando‐nos uma sociedade e uma época que respirava Teatro”. Além de, afirmam, ser também “uma oportunidade para valorizar a potencialidade cénica dos textos quinhentistas, que uma leitura dramática permite revelar, dando a ver as propostas implícitas de encenação neles contidas e, desse modo, contribuir para a sua recepção e aproximação ao espectador contemporâneo”.

Sugerir correcção
Comentar