Polónia de combate complica vida à Espanha

Morata e Lewandowski marcaram os dois golos numa noite que lança muitas dúvidas sobre o futuro de La Roja, obrigada a dar tudo frente à Eslováquia.

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Reuters/JULIO MUNOZ

Uma Polónia de combate impôs este sábado, em Sevilha, novo empate (1-1) à selecção de Espanha, que voltou a desperdiçar uma vantagem e a falhar um penálti, vendo-se forçada a bater a Eslováquia na ronda decisiva do Grupo E.

Depois de uma primeira jornada ingrata para as duas selecções, Espanha e Polónia estavam pressionadas e conscientes da importância deste jogo, com Paulo Sousa a tentar condicionar os movimentos da Espanha.

Para conseguir impor-se e evitar que a La Roja fizesse o que mais gosta, através de uma incomparável posse de bola, a Polónia preparou-se para o impacto e apresentou uma equipa altamente agressiva, rápida na reacção à perda e implacável nos duelos físicos.

Faltava apenas a elasticidade suficiente para chegar com perigo ao ataque, o que só conseguiu uma vez a abrir, por Klich, no primeiro remate do encontro, e antes do intervalo, em ocasião soberana de Lewandowski anulada por Unai Simón.

O violento remate de Zielinski foi devolvido pelo poste e o goleador do Bayern Munique ainda teve reflexos e capacidade técnica para conseguir uma recarga que só não resultou no golo da igualdade por milagre. Igualdade porque, entretanto, a Espanha já havia encontrado o antídoto para desarmar todas as armadilhas do adversário.

Luis Enrique não só ignorou as críticas à falta de inspiração de Morata, como ainda adicionou Gerard Moreno (segundo melhor marcador de La Liga, atrás de Messi) à equação. E foi precisamente o atacante do Villarreal, vencedor da Liga Europa, a construir o lance do golo de Morata.

Um golo que precisou do olho clínico do VAR, a corrigir a decisão do árbitro assistente, que anulou a jogada por fora-de-jogo do avançado da Juventus. Depois da derrota na estreia pela selecção polaca, Paulo Sousa tinha motivos de sobra para ficar apreensivo, até porque Moreno voltaria à carga na conversão de um livre cavado por Dani Olmo.

A bola saiu a rasar o poste, permitindo resposta à altura dos polacos, com Lewandowski a trocar de papéis e a servir Swiderski na perfeição. Mas em vez de cabecear, o avançado encolheu-se com a presença de Unai Simón e optou por um vólei de pé esquerdo. 

A Espanha chegava ao intervalo com quase 80 por cento de posse de bola, mas com vantagem curta que Lewandowski se encarregou de anular no início da segunda parte, com um gesto à matador. O empate dava ânimo aos polacos, mas um penálti devolvia a confiança aos espanhóis. Pelo menos até Moreno rematar ao poste e Morata emendar para fora.

Era o canto de cisne da Espanha, que apesar de ainda ter tempo para ir à procura da vitória, esbarrou numa Polónia solidária, com nove unidades em duas linhas que não davam grande espaço, baixando o ritmo e resistindo a um punhado de lances que podiam ter resultado num final feliz para a formação ibérica, que terá de jogar tudo na última ronda, com a Eslováquia​.

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