Polícia sul-africana descobre 20 corpos de mineiros ilegais

Há centenas de pessoas que se dedicam à exploração ilegal de minas abandonadas na África do Sul, correndo vários riscos.

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Mineração informal de diamantes na África do Sul Kim Ludbrook / EPA

A polícia sul-africana descobriu os restos mortais de 20 pessoas identificadas como mineiros ilegais nas imediações de uma mina de ouro abandonada perto de Joanesburgo.

Os corpos dos homens foram encontrados “embrulhados em sacos de plástico brancos” e apresentavam “queimaduras corporais graves”, disse a polícia, que abriu uma investigação para apurar os contornos das mortes. Os 20 indivíduos foram identificados como “zama zamas”, um termo que significa “aqueles que tentam a sua sorte” em zulu, e que designam as centenas de pessoas que exploram minas na região de Joanesburgo, muito rica em depósitos de ouro.

Cinco dos corpos foram descobertos perto da entrada para uma mina subterrânea na terça-feira, e os restantes no dia seguinte, perto de uma linha ferroviária. A polícia acredita que as mortes podem estar relacionadas com um vídeo que circulou nas redes sociais nos dias anteriores em que era visto um homem a pedir ajuda à entrada da mina, depois de aparentemente ter inalado um gás tóxico.

Geralmente, a mineração ilegal é levada a cabo por grupos criminosos, diz o Guardian, que cita um relatório da Iniciativa Global Contra o Crime Organizado Transnacional que calcula que esta prática custa à economia sul-africana mais de 880 milhões de euros.

Por não haver medidas de segurança nesta actividade, os “zama zamas” enfrentam ambientes muito perigosos, manipulando explosivos e com o risco de inalação de gases tóxicos ou de confrontos com outros grupos. Em 2009, um incêndio numa mina matou pelo menos 82 homens, que as autoridades acreditavam ser mineiros ilegais.

Frequentemente, a mineração ilegal ocorre em minas desactivadas – que as autoridades locais acreditam ser mais de seis mil em todo o país.

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