Manuela Gonzaga: “O automóvel tem de deixar de ser o rei de uma coutada perigosa”

A historiadora, que já foi pré-candidata presidencial pelo PAN, foi apresentada nesta quarta-feira como a candidata do PAN à Câmara de Lisboa. Tânia Mesquita é a número dois da lista e Morgado Valente concorre à Assembleia Municipal.

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Manuela Gonzaga é a cabeça de lista do PAN a Lisboa LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

A candidata do PAN à Câmara Municipal de Lisboa, Manuela Gonzaga, apresentou-se nesta quarta-feira como a mudança de que Lisboa precisa. “Esta candidatura é uma candidatura que sabe quais são as prioridades para a cidade de Lisboa. Lisboa clama por mudança e o PAN está cá para a implementar”, disse a historiadora, escritora e antiga jornalista.

Num discurso de sete páginas, Manuela Gonzaga apontou como objectivo do PAN alcançar lugares que lhe “permitam transformar Lisboa numa capital assumidamente ancorada na ecologia”. Para isso, declarou uma espécie de guerra ao automóvel. “O automóvel tem de deixar de ser o rei de uma coutada perigosa. Nada parece impedir as velocidades excessivas. Lisboa dos carros e dos acidentes deve transitar para os mesmos limites de velocidade impostos em grande parte das capitais europeias: 30 quilómetros por hora. Está a ser feito, é verdade, mas com pouca audácia e planeamento. Precisamos de mais! Faz falta o PAN”, sublinhou a candidata.

“Acima de tudo, queremos uma cidade preparada para lidar com a crise climática que já nos afecta também. Como? Diminuindo a nossa pegada ecológica e carbónica”, acrescentou, com Inês de Sousa Real, porta-voz do partido, ao seu lado. Na mesma sessão, que decorreu na Alameda da Cidade Universitária, estavam a número dois da lista, Tânia Mesquita, e o candidato à Assembleia Municipal, Morgado Valente. 

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Na sua intervenção, Inês de Sousa Real (que é também mandatária da candidatura) explicou que o PAN se apresenta a estas eleições como um partido forte e cheio de energia. “Nestas eleições, queremos e vamos aumentar a nossa representatividade nas autarquias locais em todo o país”, disse, informando que a direcção do partido já validou mais de 42 candidaturas.

“É urgente uma mudança: uma mudança política, social, económica e sustentável. É urgente mudar a forma como produzimos, como consumimos, como nos movemos, como nos informamos e como escolhemos. É urgente uma mudança consciente”, disse também a deputada.

Sobre os temas que o PAN vai introduzir nestas autárquicas, Inês de Sousa Real deu alguns exemplos: criação de uma rede de habitações públicas; programas piloto de apoio à auto-construção de habitações; modelos educativos orientados para a diversidade e a inclusão; investimento em oferta formativa nas áreas de economia verde, da economia circular, das energias limpas e noutras áreas fundamentais à sustentabilidade do planeta; cidades acessíveis, em termos de ambiente construído e como acesso à informação e comunicação e ao emprego; criação de um conjunto diversificado de equipamentos de residências alternativas para as pessoas idosas quando já não seja possível permanecerem no seu lar; elaboração de um Plano da Felicidade e Bem-Estar no município.

A porta-voz do PAN não perdeu a oportunidade de se referir à recente polémica que envolveu Fernando Medina. “Precisamos que os direitos humanos sejam respeitados e não podemos esquecer o triste episódio da Câmara Municipal de Lisboa ter dado o nome dos activistas russos à Rússia”, lembrou. "Por isso, apresentamos propostas como a criação de Observatórios Municipais dos Direitos Humanos, e a criação do que chamamos Help House Municipal — gabinetes de apoio que direccionem as cidadãs e cidadãos para os locais certos que permitirão a resolução das suas questões e problemas, evitando a procuradoria ilícita, traficantes, burlas.”

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