Doze detidos por suspeitas de corrupção em operação da PJ em Loures

Em causa estão suspeitas de subornos a fiscais da autarquia e a outros funcionários camarários responsáveis pela vistoria e pelo licenciamento de obras. Bernardino Soares diz que o município já tinha dado elementos à Justiça.

Foto
Nuno Ferreira Santos

Doze pessoas foram detidas nesta quarta-feira por suspeitas da prática de crimes de corrupção passiva e de corrupção activa na sequência de uma operação da Polícia Judiciária (PJ) realizada na Câmara de Loures.

Em comunicado, a PJ adianta que durante a operação “Embargo final”, realizada através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção e no âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público (Departamento de Investigação e Acção Penal de Loures), foram realizadas 18 buscas domiciliárias e 32 buscas não domiciliárias.

De acordo com a TVI24, as buscas foram feitas na Câmara Municipal de Loures, no distrito de Lisboa, liderada pelo comunista Bernardino Soares.

Na nota, a PJ indica que “na investigação em curso foram já recolhidos importantes elementos de prova que indiciam fortemente a existência de contrapartidas monetárias para o não exercício das funções profissionais” que estavam atribuídas a suspeitos.

Os detidos têm entre 44 e 64 anos e nas buscas participaram 84 efectivos da polícia.

Segundo a TVI24, em causa estão suspeitas de subornos a fiscais da autarquia e a outros funcionários camarários responsáveis pela vistoria e pelo licenciamento de obras de construção civil no concelho, em troca de contrapartidas financeiras.

A estação de televisão diz ainda que as detenções e buscas visaram não só funcionários da autarquia, mas também empresários da construção civil, estes últimos suspeitos de corrupção activa.

Ao início da tarde, Bernardino Soares afirmou que as buscas à câmara não o apanharam de surpresa. Não fomos totalmente surpreendidos, muito pelo contrário, com esta acção, até porque o próprio município tinha feito chegar em tempo um conjunto de elementos que nos pareciam passíveis de apuramento e de análise”, disse o autarca comunista na reunião pública da autarquia. 

Não sabemos se esses elementos é que estão na origem desta acção, mas neste momento o que temos de dizer é que a câmara está a dar todo o apoio às autoridades judiciárias e esperamos que todo o apuramento dos factos se faça para que o combate à corrupção, que é um aspecto essencial da nossa vida democrática e da credibilidade das instituições públicas, seja uma realidade”, acrescentou.

Sugerir correcção
Ler 3 comentários