Gesto de Ronaldo tirou gás à gigante Coca-Cola

Capitão da selecção portuguesa demonstrou a sua rejeição ao mais famoso refrigerante do mundo e criou uma crise de notoriedade para a marca que coincidiu com uma queda das acções do gigante norte-americano.

Foi um gesto simples e rápido: pegar nas duas garrafas de Coca-Cola que tinha à sua frente, deslocá-las para fora do campo de visão das câmaras, para dar, antes, destaque a uma garrafa de água. O gesto foi acompanhado da palavra, “água!”, dita de forma convicta e convincente. Seguiram-se as palavras “coca-cola”, viu-se um esgar de desdém, quase se ouviu um “pffff”.

O capitão da selecção portuguesa de futebol Cristiano Ronaldo demorou três segundos a ter este gesto quando, na passada segunda-feira, se preparava para a conferência de imprensa de antevisão do jogo que colocou Portugal contra a Hungria. Mas as imagens só explodiram no dia seguinte, antes do jogo, e tornaram-se virais nas redes sociais. Numa aparente reacção ao gesto de Cristiano Ronaldo, observou-se uma quase imediata desvalorização em bolsa do gigante norte-americano. As acções da Coca-Cola caíram 1,6% meia hora depois do gesto, algo que se traduz em qualquer coisa como uma perda de valor bolsista de 3,3 mil milhões de euros. 

De acordo com a UEFA, antes de cada conferência de imprensa é sempre oferecido aos jogadores uma garrafa de água e duas de Coca-Cola (uma com a receita tradicional, outra em versão light). A atitude de Ronaldo tanto pode ter sido irreflectida como premeditada, mas a verdade é que não deixou dúvidas sobre as preferências do jogador e a mensagem clara que ela transmite. A Coca-Cola reagiu de imediato, lembrando que todos as pessoas “têm direito às suas preferências”. Mas a preferência anunciada por Cristiano Ronaldo trouxe uma pesada factura à imagem da fabricante do refrigerante mais famoso do mundo. E levou mesmo a UEFA a defender a parceria histórica que estabeleceu com a gigante norte-americana ao longo das últimas décadas. 

Em bolsa, o gesto de Ronaldo juntou-se a um conjunto de factores que explicam a desvalorização da Coca-Cola nas últimas sessões, em particular o facto de os analistas considerarem que está sobrevalorizada depois de uma trajectória prolongada de ganhos, ou a coincidência de o episódio ter acontecido na véspera de os investidores deixarem de poder aceder aos dividendos distribuídos pelo grupo.

O preço das acções da Coca-Cola caiu de 56,10 dólares para 55,22 dólares, ou seja, de 46,26 euros para 45,4 euros. O valor de mercado da Coca-Cola passou de 242 mil milhões de dólares (199,5 mil milhões de euros) para 238 mil milhões de dólares (196, 2 mil milhões de euros), ou seja, uma desvalorização de 3,3 mil milhões de euros.

Os colossais números do jogador português nas redes sociais ajudam, ainda assim, a perceber o alcance que tem o Cristiano Ronaldo em termos de seguidores e a importância económica dos seus gestos: quase 300 milhões no Instagram, cerca de 150 milhões no Facebook.

No jogo de estreia de Portugal no campeonato europeu de futebol, Cristiano Ronaldo foi eleito o homem do jogo, ao assinar dois golos na vitória por 3-0 que Portugal arrancou contra a selecção da Hungria. 

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