Dinamarca enfrenta demónios do Parken na hora da verdade

Esperam-se emoções fortes em jogo que poderá ditar o adeus precoce dos “vikings” e confirmar a passagem dos “diabos vermelhos”.

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Reuters/JONATHAN NACKSTRAND

A Dinamarca regressa esta tarde (17h) ao Parken de Copenhaga disposta a superar os traumas de uma entrada muito difícil no Euro 2020, essencialmente marcada pelo drama de Christian Eriksen e pela derrota com a Finlândia. Agora, frente à Bélgica, líder do Grupo B e candidata a um lugar na final, os comandados de Kasper Hjulmand enfrentam o momento da verdade, que ditará o futuro dos campeões europeus de 1992.

Depois da vitória concludente sobre a Rússia - mesmo sem Witsel e De Bruyne - a Bélgica pode dar um passo firme rumo aos oitavos-de-final, deixando a Dinamarca numa posição delicada. Frente a frente estarão duas selecções com um passado comum, marcado pelo equilíbrio (seis vitórias para cada lado, três empates e 27-25 em golos, com saldo favorável aos belgas). Duelos que datam do Euro 84 e ainda da qualificação para o Europeu de 1996, reeditados mais recentemente na Liga das Nações, com a Bélgica a impor-se nos dois jogos, o primeiro dos quais no Parken, palco desta tarde, com vitória dos “diabos vermelhos” por 0-2, em Setembro de 2020.

No trajecto para o Euro 2020, Bélgica e Dinamarca destacaram-se como duas das cinco equipas invictas na fase de qualificação (a par de Itália, Espanha e Ucrânia), se bem que a caminhada dos belgas tenha sido irrepreensível, só com vitórias, sublinhadas pelo melhor ataque e defesa menos batida de todas as selecções.

Mais dominadora no século passado, com nove participações em Europeus (contra seis dos belgas), a Dinamarca chegou ao Euro 2020 como segunda do grupo, atrás da Suíça. Mas não é preciso recordar como a Dinamarca foi campeã em 1992, depois de ter falhado a qualificação. No novo século, o grande problema dos escandinavos parece residir nas fases finais, onde não vai além da fase de grupos desde 2004, em Portugal.

O registo da Dinamarca não é, de resto, o mais animador, com apenas duas vitórias nos últimos 11 encontros em Campeonatos da Europa. A conjuntura também não se apresenta como a mais favorável, com a Bélgica a surgir na altura menos apropriada.

A selecção de Roberto Martínez demonstrou, na primeira jornada, que está pela segunda vez consecutiva numa fase final para corrigir o despiste de 2016. Romelu Lukaku bisou e dedicou o primeiro golo ao companheiro e campeão no Inter de Milão, Christian Eriksen.

As emoções serão, neste contexto, um factor a ter em conta, pelo que nem mesmo as selecções mais cerebrais estarão imunes a um duelo vital para as aspirações das duas equipas que partiam como candidatas ao apuramento e que agora entram em campo com Rússia e Finlândia em condições de discutirem o acesso aos oitavos-de-final, ambas com uma vitória e uma derrota.

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