Cimeira de líderes pode decidir o Grupo C

Países Baixos e Áustria medem forças em Amesterdão, depois de terem vencido na 1.ª jornada.

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Reuters/JOHN THYS

Há, pelo menos, duas certezas em redor do jogo de quinta-feira à noite, em Amesterdão (20h, TVI): Matthijs de Ligt vai estrear-se no Euro 2020 pelos Países Baixos e Marko Arnautovic não vai conseguir marcar um novo golo no torneio pela Áustria. O embate entre os dois líderes do Grupo C poderá muito bem funcionar, à 2.ª jornada, como passaporte para os oitavos-de-final do torneio.

Distribuir o favoritismo de uma forma evidente é entrar em terreno minado neste encontro. Porque os Países Baixos ainda não se livraram totalmente da carga errática que os tem acompanhado nos últimos anos (as ausências do Euro 2016 e do Mundial 2018 são os exemplos mais claros), mas também porque a Áustria vem da primeira vitória de sempre numa fase final de um Campeonato da Europa (sobre a Macedónia do Norte, por 3-1).

Um dos artífices desse triunfo foi precisamente Arnautovic, que saltou do banco na segunda parte para apontar o terceiro golo. Mas o extremo que fez carreira na Premier League nos últimos anos (Stoke City e West Ham) viu a UEFA aplicar-lhe o castigo de um jogo de suspensão, por insultar um adversário, e vai ficar de fora dos planos de Franco Foda para o encontro.

O técnico alemão, que enquanto jogador se notabilizou no Bayer Leverkusen e Kaiserslautern, assume a importância do atacante na equipa, reconhece que seria opção para o jogo, mas não levanta a ponta do véu sobre o substituto. “Teremos de ser ainda mais compactos colectivamente, pensar noutro plano, mas vamos apresentar uma equipa forte”, assegurou.

Se esse “onze” contará com Michael Gregoritsch, avançado do Augsburgo que também marcou diante da Macedónia na qualidade de substituto, só à hora do jogo saberemos, mas o jogador está confiante na conquista de pontos para garantir o apuramento. Isto, sem abdicar de um discurso equilibrado: “Não devemos subestimar-nos, mas, ao mesmo tempo, temos de manter os pés em terra firme”.

Se os austríacos deverão reeditar o 3x5x2 que apresentaram na 1.ª jornada, com David Alaba a ser o “jóquer” residente (pode alinhar em múltiplas posições), os Países Baixos, com Frank de Boer, já alternaram entre o 4x2x3x1 e o 3x5x2 - que utilizaram no último jogo, com Weghorst e Depay na frente. Seja qual for o sistema, Matthis de Ligt foi dado como certo no eixo da defesa pelo próprio seleccionador.

Nos embates oficiais mais recentes entre as duas selecções, que já remontam à qualificação para o Euro 2004, os Países Baixos ganharam em duplicado (3-1 em casa e 0-3 fora). Com muito mais experiência do que a Áustria em Campeonatos da Europa, surgem neste torneio sob uma lógica de renovação - o guarda-redes Stekelenburg é o único jogador da comitiva com experiência em Europeus (2008 e 2012).

“A Áustria tem estado em ascensão há muitos anos. O David Alaba é bem conhecido e o Marko Arnautović também. Tem jogadores de renome e muitos deles jogam na Alemanha. Eles têm uma união tremenda e são uma equipa muito difícil de bater”, analisou De Boer.

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