Danilo e o Euro 2020: “É um orgulho defender o título, mas há muitos candidatos”

Médio do PSG garante que Portugal alimenta a mesma ambição de 2016, num grupo com “muitos jogadores jovens”.

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LUSA/HUGO DELGADO

O médio Danilo Pereira assegurou nesta sexta-feira que a selecção portuguesa de futebol tem a mesma ambição de 2016, mas recusou que seja a principal favorita a vencer o Euro 2020, apesar dos “muitos talentos” que tem à disposição.

“Este é um grupo diferente, muitos jogadores jovens, que estão a ter esta experiência pela primeira vez. A ambição é a mesma do Euro2016, os jogadores têm fome de ganhar. Somos campeões da Europa e é um orgulho estar a defender o título, mas há muitos candidatos à vitória. Somos uma dessas selecções com ambição de ganhar, mas não somos o candidato principal”, afirmou, em conferência de imprensa.

O jogador do Paris Saint-Germain, que falava no estádio Illovszky Rudolf, antes do primeiro treino da equipa portuguesa em Budapeste, considerou que a selecção de 2016 e a actual têm “jogadores com características diferentes”, mas com o mesmo objectivo: vencer o torneio.

“Em 2016, o grupo era muito coeso, vinha a jogar junto há muito tempo. Esta é uma selecção jovem, com muitos talentos recentes, mas não posso dizer que esta é mais talentosa do que a outra, porque a outra ganhou um título que Portugal nunca tinha ganho. É um grupo muito unido e todos pensam no mesmo, que é conseguir o mesmo feito de há cinco anos”, vincou.

"Esta época ajudou-me a ser mais polivalente"

De resto, Danilo apontou um dos grandes impulsionadores para a mudança de mentalidade na selecção nacional: “Desde que Fernando Santos chegou, passámos a privilegiar o ‘nós’ ao invés do ‘eu’. Mudou o paradigma e isso ajudou-nos a ganhar competições. Ele passa-nos essa mensagem, de que todos têm de se sacrificar por esse lema.”

Com apenas três centrais entre os 26 jogadores convocados para o Euro 2020, Danilo é visto por Fernando Santos como uma das alternativas para o eixo defensivo, algo a que o jogador se habituou ao longo da última época, a primeira ao serviço do Paris Saint-Germain.

“Esta época ajudou-me a ser mais polivalente, deu-me outro estatuto na posição. Consigo fazer essa posição de uma forma mais eficaz e sinto que posso ajudar aqui na selecção, tal como fiz no clube”, referiu o jogador, de 29 anos.

O internacional português garantiu que a temporada desgastante, com muitos jogos realizados, “não vai alterar muita coisa em termos físicos”, embora os jogadores tenham de “ter mais cuidados e mais foco no trabalho diário, para não haver lesões”.

A quatro dias da estreia no Europeu, Danilo antecipou o embate com a Hungria, considerando tratar-se de uma “selecção muito aguerrida, que não dá um lance por perdido”, razão pela qual Portugal tem de se “preparar bem, para que não haja surpresas”, ainda para mais numa Puskas Arena que vai contar com cerca de 60.000 adeptos nas bancadas.

“Depois de uma época sem público, voltar a ter pessoas no estádio vai ser emocionante e a Hungria vai estar motivada por isso. Acredito que vai ser um jogo excitante, porque todos nós precisamos de público e isso dá mais motivação a todos”, concluiu.

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