Líder do PSD é mais contido do que Moedas e não exige demissão de Medina

Rui Rio diz que o caso da partilha de dados de activistas russos é “uma vergonha para Portugal”

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Rui Rio quer ouvir explicações de Fernando Medina e Santos Silva no Parlamento LUSA/MIGUEL PEREIRA DA SILVA

O líder do PSD considerou que a partilha de dados pessoais de activistas anti-Putin com a Rússia por parte da câmara de Lisboa “é uma vergonha para Portugal” mas não foi tão taxativo como Carlos Moedas a pedir a demissão de Fernando Medina.

Em conferência de imprensa, no Porto, Rui Rio considerou que “na prática a Câmara Municipal de Lisboa denunciou os activistas pela liberdade e democracia a um Governo que não respeita a liberdade e a democracia”.

Rui Rio assegurou que esse acto “gravíssimo” e “absolutamente intolerável” num país democrático tem consequências: “Não sei se correm perigo em Portugal mas se regressarem à Rússia correm risco seguramente”.

Questionado sobre se o presidente da câmara se devia demitir, o líder social-democrata remeteu a pergunta para Fernando Medina. “Obviamente que o que está em cima da mesa é muito grave, isso ele lá sabe a responsabilidade dele. Se me pergunta se é matéria que pode levar à demissão, eu digo depois de tudo esclarecido poderá levar. Não amanhã, mas depois de tudo esclarecido poderá levar. Por isso é que eu estou aqui a fazer perguntas”, disse, assumindo uma posição que é divergente da que foi assumida pelo candidato do PSD/CDS à Câmara de Lisboa. Carlos Moedas, já depois do pedido de desculpas de Fernando Medina, insistiu na necessidade de o autarca assumir “responsabilidades políticas” pelo caso e demitir-se das suas funções.

Rui Rio assinalou ainda que o caso se tornou conhecido “na semana em que o Governo nomeia um comissário para comemorar 50 anos do 25 de Abril, que se fez contra atitudes destas”.

Assumindo que desconhece a lei que Medina alega ter cumprido no acto de informar as autoridades sobre a realização de uma manifestação junto à embaixada russa em Lisboa, o líder social-democrata deixou algumas perguntas, nomeadamente, “se a câmara já denunciou outras situações similares” e se a lei “foi também cumprida quanto António Costa era presidente da câmara”.

Rui Rio lançou também a questão de que a câmara “não está a incumprir outras leis do foro criminal”, acrescentando que cabe à “senhora procuradora avaliar”.

O líder do PSD anunciou ainda que a bancada vai entregar um requerimento para ouvir Fernando Medina no Parlamento – o que já tinha sido anunciado também pelo CDS – e ainda o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva com vista a esclarecer uma alteração de procedimentos para que a situação não se repita. 

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