Unidade especial da polícia alemã desmantelada por ligações à extrema-direita
Decisão do ministro do Interior do estado do Hesse surge um dia depois de 19 agentes terem sido suspensos por participação em chats extremistas.
As autoridades do estado do Hesse, no centro da Alemanha, anunciaram esta quinta-feira que se viram obrigadas a dissolver uma unidade especial da Polícia (SEK, na sigla em alemão) que operava em Frankfurt, depois de se tornar público que vários agentes da unidade participavam em chats da extrema-direita.
“Hoje damos o tiro de partida para um reinício fundamental para a SEK”, assinalou o ministro do Interior do estado do Hesse, Peter Beuth. Para o ministro, as revelações “demonstram claramente a suspeita das tendências de extrema-direita de alguns membros da SEK de Frankfurt”.
Beuth descreveu na quarta-feira os chats de extrema-direita como “completamente inaceitáveis”, ao mesmo tempo que considerava que nenhum dos agentes vinculados a estes grupos deveria ser um membro activo da unidade policial, que é uma unidade táctica.
Ao todo, 19 membros do corpo no activo e um ex-membro da unidade estão a ser investigados. As autoridades alemãs alegam que 17 deles partilharam informação que incluía imagens de uma antiga organização nazi. As conversas nos chats tiveram lugar maioritariamente entre 2016 e 2017.
“Tendo em conta as alegações, está claro para mim – independentemente do resultado da investigação – que nenhum dos acusados voltará a participar numa unidade especial do Hesse”, sublinhou Beuth, que avançou com a possibilidade de que as autoridades do estado expulsem os agentes da Polícia se for legalmente possível.
Um grupo de especialista vai agora encarregar-se da reestruturação da SEK, com o ministro do Interior a exigir uma nova cultura para a liderança da polícia nos níveis médios e mais baixos.
“Claro que as nossas forças especiais serão vitais no nosso futuro, mas os nossos parâmetros serão diferentes”, acrescentou Beuth.
Os 20 implicados no processo têm entre 29 e 54 anos. Um deles já foi suspenso, referiu na quarta-feira o chefe da polícia de Frankfurt, Gerhard Bereswill.