Pavlyuchenkova e Kreijcikova sempre acreditaram e estão na final

Hoje realizam-se as meias-finais masculinas de Roland Garros.

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Krejcikova LUSA/YOAN VALAT

Qual a finalista de Roland Garros mais improvável? A russa Anastasia Pavlyuchenkova, que participou em 51 torneios do Grand Slams sem nunca passar dos quartos-de-final? Ou a checa Barbora Krejcikova, que entrou no top-100 há oito meses e está apenas pela quinta vez em quadros principais individuais de majors? A única certeza é que Pavlyuchenkova ou Krejcikova vai conquistar no sábado o seu primeiro título do Grand Slam.

“Estar numa final do Grand Slam é um sonho tornado realidade. Vou dar tudo”, garantiu Pavlyuchenkova, ex-campeã mundial júnior e agora, aos 29 anos, a sétima tenista russa a atingir uma final do Grand Slam na Era Open – e a primeira desde Maria Sharapova, finalista no Open da Austrália, em 2015.

“Sempre soube que podia alcançar os meus objectivos nos Slams. Agora estou feliz, mas ainda há um encontro para ganhar”, afirmou a 32.ª tenista na hierarquia mundial, quando ainda digeria a vitória sobre a eslovena Tamara Zidansek (85.ª), por 7-5, 6-3.

“Penso sempre em ganhar um Grand Slam, é para isso que jogo, é isso que quero. Tem estado sempre na minha cabeça”, assegurou Pavlyuchenkova, detentora de 37 vitórias sobre adversárias do top-10 – o máximo conseguido por uma tenista que nunca fez parte das 10 melhores do ranking mundial. E mesmo que vença a final de sábado, não irá além do 14.º posto…

Barbora Krejcikova (33.ª) já liderou o ranking mundial de pares e conquistou dois Grand Slams nesta variante. Essa experiência foi crucial para derrotar Maria Sakkari (18.ª), em três horas e 18 minutos, por 7-5, 4-6 e 9-7, num total de 32 jogos, um novo recorde para meias-finais femininas na história do torneio francês.

Sakkari liderou o primeiro set, por 3-1, mas a checa alinhou quatro jogos consecutivos para ganhar ascendente sobre a adversária. A grega teve o mérito de reentrar na segunda partida muito determinada e rapidamente chegou a 4-0. No set decisivo, um break para 2-1 permitiu a Sakkari comandar, dispor de um match-point, a 3-5 (30-40), que Krejcikova salvou e o encontro rapidamente mudou de rumo. A checa de 25 anos devolveu o break e serviu com autoridade nos jogos seguintes e a 7-6, Sakkari salvou três match-points.

No quarto match-point, a 8-7, Sakkari bateu a bola muito comprida, o juiz-de-linha chamou fora e a checa ergueu os braços. Mas o árbitro desceu rápido da cadeira e anulou a decisão e mandou repetir o ponto. O “Olho de Falcão” apenas utilizado para a televisão, confirmou que a bola foi mesmo fora. Mas Krejcikova soube manter o foco e no quinto match-point, já não houve dúvidas quanto ao local onde a bola bateu.

“Sempre quis disputar encontros como este, torneios como este, grandes adversárias, últimas rondas. Levei algum tempo mas penso que agora é o momento certo”, afirmou Krejcikova ainda no court. A tenista checa fez questão de agradecer a Martina Navratilova, sua ídolo, e à ex-treinadora Jana Novotna, campeã em Wimbledon em 1998 e falecida em 2017. O beijo atirado para o céu após concluir o encontro foi para Jana. “Fui a casa dela quando tinha 18 anos e perguntei-lhe se devia ir competir no circuito profissional ou se devia ir para o circuito universitário. E ela disse que devia ir para o Tour porque tinha qualquer coisa dentro de mim”, contou mais tarde.

Nesta sexta-feira, vão ficar a conhecer-se os finalistas masculinos, que sairão dos duelos Stefanos Tsitsipas (5.º)-Alexander Zverev (6.º) e Novak Djokovic (1.º)-Rafael Nadal (3.º), que vão defrontar-se pela 58.ª vez.

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