Governo de Netanyahu autoriza marcha de nacionalistas em Jerusalém

A marcha estava programada para 10 de Maio e foi cancelada devido ao aumento da tensão entre Israel e o movimento palestiniano Hamas, que viria a dar origem a 11 dias de bombardeamentos aéreos israelitas na Faixa de Gaza e rockets de Gaza sobre Israel.

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No dia 10 de Maio, a passagem da marcha pela Porta de Damasco foi cancelada ABIR SULTAN/EPA

O Governo israelita autorizou, na noite de terça-feira, a realização de uma marcha anual que comemora a anexação de Jerusalém Oriental por Israel e que é vista pelos palestinianos, e pela maioria dos israelitas, como uma provocação, um anúncio que pode voltar a reacender o conflito armado na região. 

O gabinete de segurança decidiu, para já, que a marcha, na próxima terça-feira, será aprovada “dependendo de uma rota que seja aprovada entre a política e os organizadores da marcha”, diz o jornal israelita Haaretz. Da última vez, a polícia negou que pudessem passar pela Porta de Damasco e a parte muçulmana da Cidade Velha, e os organizadores disseram que nesse caso suspendiam a marcha.​ É muto provável, adianta o Haaretz, que a polícia volte a decidir o mesmo, impedindo a parte de provocação da marcha. 

O Dia de Jerusalém, que comemora a anexação de Jerusalém Oriental, em 1967 (não reconhecida pela maioria da comunidade internacional), é habitualmente pretexto para a realização de marchas de nacionalistas pela cidade, num percurso que passa pela Porta de Damasco e pela parte muçulmana da Cidade Velha.

A marcha estava programada para 10 de Maio e a sua passagem pela Porta de Damasco foi cancelada devido ao aumento da tensão entre Israel e o movimento palestiniano Hamas, que viria a dar origem a 11 dias de bombardeamentos aéreos israelitas na Faixa de Gaza.

De acordo com as autoridades palestinianas, 256 pessoas foram mortas e 2000 ficaram feridas na Faixa de Gaza. Do lado israelita há registo de 12 civis mortos.

A marcha aconteceria dois dias depois da posse do novo governo, se este for aprovado no Parlamento no domingo. Se isso acontecer, irá pôr fim a mais de uma década de poder de Netanyahu.

A confirmar-se esse cenário, será o novo Governo, liderado pelo ultranacionalista Naftali Bennett e pelo centrista Yair Lapid, a tomar uma decisão final sobre a realização da marcha, o que pode levar a uma primeira dificuldade na coligação entre Bennett, que terá dificuldade em não aprovar a marcha, e Lapid, que teria dificuldade em a aprovar. Mas a insistência do ministro da Defesa, Benny Gantz, que está neste governo e continuará no próximo, em manter a decisão sobre o percurso nas mãos da polícia poderá deixar a questão resolvida apenas pelas autoridades de segurança e evitar uma crise, dizem fontes ligadas a Gantz ao Haaretz

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