Covid-19: celebridades exigem ao G7 doação de vacinas aos países mais pobres

A três dias do início da cimeira de líderes do G7, uma carta aberta, assinada por um grupo de personalidades, incentiva os países do G7 a doarem 20% das suas vacinas entre Junho e Agosto.

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David Beckham: "A pandemia só terminará quando terminar em todo o lado" Reuters/CARLO ALLEGRI

Os embaixadores da Boa Vontade da Unicef Angélique Kidjo, David Beckham, Katy Perry, Liam Neeson, Orlando Bloom, Priyanka Chopra Jonas e Whoopi Goldberg juntaram-se ao apelo de 29 celebridades, que exigem que os líderes do G7 se comprometam a doar doses de vacinas contra a covid-19 aos países mais pobres.

A carta aberta, publicada esta terça-feira, a três dias do arranque da cimeira de líderes do G7, que se realiza até domingo na Cornualha, Reino Unido, insta os líderes dos sete países mais ricos do mundo (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) a comprometerem-se a partilhar urgentemente um mínimo de 20% do fornecimento de doses de vacinas contra a covid-19, para reduzir ainda mais o risco de propagação do vírus e a ameaça de estirpes mutantes, divulgou a Unicef em comunicado. 

Do mundo das artes cénicas, assinam esta carta os norte-americanos Alyssa Milano, Lucy Liu, Sofia Carson, Téa Leoni e Whoopi Goldberg; os britânicos David Harewood, Olivia Colman e Orlando Bloom; o escocês Ewan McGregor; o norte-irlandês Liam Neeson; a indiana Priyanka Chopra Jonas e a anglochinesa Gemma Chan. Na música, destacam-se nomes como a beninense Angélique Kidjo, o britânico Liam Payne e as norte-americanas Billie Eilish, Katy Perry, P!nk e Selena Gomez. Já o desporto é representado pelo tenista escocês Andy Murray, pelos futebolistas David Beckham (Inglaterra) e Sergio Ramos (Espanha), pelos basquetebolistas espanhóis José Manuel Calderón, Juan Manuel López Iturriaga e Pau Gasol; pelo ex-ciclista britânico sir Chris Hoy; e pela pugilista profissional somali Ramla Ali. A lista fica completa com a ex-modelo Claudia Schiffer e a jornalista espanhola Teresa Viejo.

“O mundo passou um ano e meio a combater a pandemia de covid-19, mas o vírus continua a propagar-se em muitos países e a produzir novas variantes com o potencial de nos colocar a todos de volta onde começámos”, lê-se na carta. “Isto significa mais encerramentos de escolas, mais perturbações nos cuidados de saúde e maiores consequências económicas — ameaçando o futuro das famílias e das crianças em toda a parte.”

A medida urgente que poderá ajudar a amenizar a situação é a tal doação dos países do G7 de 20% das suas vacinas entre Junho e Agosto, o que representa mais de 150 milhões de doses. Esta acção, enfatizam os signatários, compensaria o défice que a COVAX, a iniciativa global que apoia os países mais pobres no acesso às vacinas, enfrenta, de 190 milhões de doses. E a doação não afectaria os planos de vacinação naqueles sete países, segundo uma recente análise de dados fornecida pela Airfinity, o centro de investigação das ciências da vida, e encomendada pelo Comité do Reino Unido para a Unicef.

“Os países não precisam de escolher entre combater a doença em casa ou no estrangeiro. Podemos, e devemos, fazer ambas simultaneamente — e imediatamente”, disse Henrietta Fore, directora executiva da Unicef, citada em comunicado, acrescentando que “este é um momento crucial na luta contra a covid-19, uma vez que os líderes se reúnem para estabelecer prioridades quanto à forma que esta luta irá assumir nas próximas semanas e meses”.

“Como embaixador da Boa Vontade da Unicef, acredito no benefício crucial das vacinas”, disse David Beckham, que vaticinou: “A pandemia só terminará quando terminar em todo o lado, por isso é vital que todas as comunidades em todo o mundo tenham um acesso justo às vacinas covid-19 urgentemente.”

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