IndieLisboa: as pioneiras da electrónica, Poly Styrene e Shane MacGowan em destaque

A programação da secção IndieMusic do festival que decorre entre 21 de Agosto e 6 de Setembro foi divulgada esta terça-feira.

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Poly Styrene: I Am a Cliché, centrado na vocalista dos X-Ray Spex que morreu em 2011, é um dos dois filmes sobre lendas punk nascidas em 1957 que passa no IndieLisboa – o outro é Crock of Gold: A Few Rounds with Shane MacGowan Falcon Stuart

Duas lendas do punk britânico, ambas nascidas em 1957, são dois dos maiores destaques da programação do IndieMusic, a secção do IndieLisboa dedicada à música. Poly Styrene: I Am a Cliché, é o documentário de Celeste Bell e Paul Sng sobre Poly Styrene, a vocalista da banda punk X-Ray Spex (e mãe da co-realizadora), que morreu em 2011. Há também Crock of Gold: A Few Rounds with Shane MacGowan, de Julien Temple, que filmou os Sex Pistols, e que traça um retrato de Shane MacGowan, a figura principal dos Pogues, que juntaram ao punk a tradição irlandesa. 

As novidades de programação dessa parte da 18.ª edição do festival, que decorre este ano entre 21 de Agosto e 6 de Setembro, foram anunciadas esta terça-feira. O júri da secção competitiva do IndieMusic é formado por Cláudia Guerreiro, dos Linda Martini, o trompetista e programador do Teatro do Bairro Alto Yaw Tembe e a DJ e produtora Yen Sung.

Nem só de punk vive o festival. Sisters With Transistors, de Lisa Rovner, que já tinha passado em Serralves, olha para mulheres que foram pioneiras da música electrónica e cujas experiências trouxeram várias inovações, mas ficaram meio esquecidas pela história. Entre elas, nomes como Delia Derbyshire, Maryanne Amacher, Laurie Spiegel, Bebe Barron ou Daphne Oram. Já Ney - À Flor da Pele, de Felipe Nepomuceno, parte de imagens de arquivo para mostrar Ney Matogrosso e o impacto que tem no público e na cultura brasileira. The Nowhere Inn, de Bill Benz, é um mockumentary centrado na ideia de Annie Clark, ou St. Vincent, querer fazer um documentário sobre a sua amiga, pedindo ajuda a Carrie Brownstein, das Sleater-Kinney, cuja banda teve uma alteração drástica com a saída da baterista Janet Weiss após a gravação de um disco produzido por Vincent.

E Portugal

No campo dos portugueses, há uma longa metragem: Já Estou Farto, de Paulo Antunes, realizador interessado em lendas do punk, neste caso nacionais. Antunes já tinha feito Um Punk Chamado Ribas, sobre João Ribas, e olha agora para João Pedro Almendra, que foi colega de Ribas nos Ku de Judas e fez parte do início dos Censurados, tendo depois começado os Peste & Sida e os Punksinatra. Há ainda, nas curtas, Entre 27 Dias e Paraste, de Jota Assis e Noiserv, que se foca nos bastidores do concerto de apresentação do disco mais recente de NoiservCaudal, de Luís Sobreiro — e que mostra um concerto da banda de Barcelos Solar Corona e We Were Floating High, que acompanha o ano de 2019 dos First Breath After Coma, de Leiria.

Há ainda A Symphony of Noise, Enrique Sánchez Lansch a aprofundar a forma como o britânico Matthew Herbert trabalha com sons, Mimaroğlu: The Robinson of Manhattan Island, de Serdar Kokceoglu, dedicado ao compositor turco radicado nos Estados Unidos Ilhan Mimaroğlu, Different Johns, de Robert Carr, que pega na figura de John Cohen, multifacetado músico folk que esteve envolvido na geração beat, Nueve Sevillas, de Gonzalo García Pelayo, Pedro G. Romero, que observa várias figuras do novo flamenco, Patrick, uma curta de Luke Fowler que explora o mítico produtor disco/hi-NRG Patrick Cowley, um dos colaboradores mais importantes de Sylvester, e Chunky Shrapnel, um filme-concerto dos australianos King Gizzard & the Lizard Wizard realizado por John Angus Stewart.

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