Betty, ainda a andar por Nova Iorque de skate, mas agora com máscaras

A segunda temporada da série de Crystal Moselle sobre um grupo de raparigas que andam de skate chega este sábado à HBO Portugal.

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As raparigas que andam de skate por Nova Iorque estão de volta para a segunda época de Betty, a série de Crystal Moselle DR

No ano passado, por esta altura, a HBO estreava Betty, uma série focada num grupo de raparigas nova-iorquinas unidas pelo skate. Nela, Crystal Moselle, a criadora e realizadora de todos os episódios, mostrava o dia-a-dia delas de uma forma o mais naturalista possível, com os altos e baixo das vidas pessoais e profissionais delas, tudo guiado por skates a andarem pela cidade. Estreada em pleno confinamento, parecia mostrar uma Nova Iorque que já não existia, ou que estava pelo menos pausada. A série volta agora, um ano depois, para uma segunda época de seis episódios, com as mesmas personagens, o mesmo estilo e a mesma vivacidade, só que marcada pela pandemia. O episódio de estreia chega cá no sábado, via HBO Portugal.

Há máscaras por todo o lado, mas a forma de estar na vida das protagonistas, Camille (Rachelle Vinberg), Indigo (Ajani Russell), Janay (Dede Lovelace), Honeybear (Kabrina Adams) e Kirt (Nina Moran), continua parecida, sempre em busca das próprias identidades e a serem amigas enquanto deambulam pela cidade. Os obstáculos continuam os mesmos, como o sexismo casual e a forma como elas, que não têm grandes ambições competitivas, não são levadas a sério ou postas de lado dentro do universo do skate.

Nesta segunda época, passada, ao contrário da anterior, durante o outono e não o verão, Camille torna-se patrocinada por uma loja e marca de roupa e influencer, Indigo, que vendia marijuana na primeira temporada, despede-se do supermercado em que trabalha e começa a descobrir o mundo dos sugar daddies, homens mais velhos que pagam e dão prendas a mulheres novas para lhes fazerem companhia, Janay começa a tratar de um novo espaço para elas e outros skaters poderem andar durante o inverno, Honeybear explora ainda mais a sua sexualidade e Kirt torna-se uma espécie de guru que ensina aos skaters homens como se comportarem perto de mulheres.

É isto que vai acontecendo, sem grandes pressas de chegar onde quer que seja ou de agir como uma série mais preocupada em contar grandes histórias, mas mostrando-nos o mundo em que estas personagens vivem. E a vida vai continuando, com festas espontâneas na rua, com DJs a passarem música e pessoas a dançarem com distanciamento social, pessoas que não querem usar máscaras em supermercados, etc.

Moselle, que realizou o documentário The Wolfpack em 2015, conheceu Moran e Vinberg num comboio, quando as viu, ainda eram elas adolescentes, com os seus skates. Decidiu meter conversa e começou com elas uma relação que perdurou pela curta-metragem That One Day, para a marca Miu Miu, e depois pelo filme Skate Kitchen, que deu origem a Betty. O elenco foi crescendo. Todos estes objectos são ficção, mas partem da vida real das actrizes, que na maioria não tinham experiência nessa tarefa antes de começarem a trabalhar com Moselle, e do passado documental da realizadora.

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