Trump volta a aparecer em público para pedir indemnização à China por causa da covid-19

Taxas alfandegárias de 100% para os produtos chineses e 10 mil milhões de dólares de indemnização exigiu o ex-Presidente num discurso na convenção republicana na Carolina do Norte.

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JONATHAN DRAKE/Reuters

O ex-Presidente dos Estados Unidos reapareceu este sábado em público, na convenção do Partido Republicano em Greenville, Carolina do Norte, para atacar a China e exigir taxas alfandegárias de 100% para os produtos chineses, o cancelamento da dívida e dez mil milhões de dólares (8,2 mil milhões de euros) em jeito de indemnização por causa da pandemia de covid-19, que Donald Trump continua a acusar Pequim de ter provocado.

“Todas as nações deveriam trabalhar em conjunto” para pedir à China para que pague no mínimo dez mil milhões de dólares para “compensar o dano” causado pela covid-19, refere a Fox News.

Trump pediu à Administração norte-americana que investigue a sério a origem do coronavírus, numa altura em que há quem refira que a pandemia não começou no mercado de Wuhan, mas em laboratórios chineses.

Uma teoria com a qual o principal assessor médico de Joe Biden, Anthony Fauci, o director do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos EUA que durante a Administração Trump passou de muito elogiado a pária, parece agora concordar ou, pelo menos, que vale a pena investigar. Na semana passada pediu às autoridades chinesas os registos laboratoriais de nove pessoas cujas infecções podem demonstrar se o vírus da covid-19 se espalhou depois de uma fuga num laboratório de Wuhan. 

Mesmo assim, o ex-Presidente aproveitou para investir contra o epidemiologista no seu discurso deste sábado: “Não é um grande médico, mas é um grande promotor”, disse Trump, explicando que Fauci “gosta mais da televisão que qualquer político aqui nesta sala, mas enganou-se em quase todos os temas e também se enganou em Wuhan e no laboratório”.

Para Trump, “todos os países deveriam cancelar colectivamente qualquer dívida que tenham à China como pagamento inicial das indemnizações”. Isto como “primeiro passo”. Depois, deviam impor taxas alfandegárias de 100% para qualquer produto importado da China.

Trump também aproveitou o discurso, que marcou o seu regresso às tribunas depois de quatro meses de relativo afastamento dos holofotes, para reivindicar aquilo que a sua administração conseguiu para os EUA.

Desvalorizando as decisões que Joe Biden, o seu sucessor na presidência, tem tomado até agora, Trump aproveitou para insistir na tese das eleições fraudulentas de Novembro, em que perdeu para o candidato do Partido Democrata que diz estar a “destruir” o país à vista de todos. O ex-Presidente criticou o seu sucessor em matérias de imigração, economia e política externa.

“A sobrevivência dos Estados Unidos depende da nossa capacidade para eleger republicanos em todos os níveis, começando com as eleições intercalares do próximo ano”, sublinhou Trump num discurso que durou cerca de hora e meia e marca aquilo que se prevê seja uma nova fase de comícios e intervenções públicas nos próximos meses.

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