À terceira não foi de vez: sub-21 repetem desgostos de 1994 e 2015

Apesar do fracasso na final, há boas notícias: dos 23 jogadores convocados na derrota de 2015, 13 já chegaram à selecção principal. Tal equivale a dizer que, mesmo não havendo títulos, há talento. E há trabalho feito.

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Reuters/BORUT ZIVULOVIC

Derrota em 1994, nova derrota em 2015 e, como sabiamente alerta o povo, não há duas sem três: a selecção portuguesa sub-21 voltou a falhar numa final do Campeonato da Europa. Neste domingo, na Eslovénia, Portugal caiu aos pés da Alemanha (1-0) e não foi capaz de arrebatar um título que lhe escapa.

Portugal é o campeão europeu em seniores e conquistou títulos internacionais e continentais nos sub-20, sub-19 e sub-17. Nos sub-21 é que tem sido um suplício. E sê-lo-á, pelo menos, até 2023, ano de novo Europeu do escalão.

Esta é a selecção de Vitinha, de Bragança, dos Diogos, de Jota ou de Leão. Não falta talento, mas voltou a faltar um título. Esta também é a selecção de Rui: Rui Jorge, o homem que pegou neste escalão em 2010 e que continua a zeros em grandes competições.

Desde que o seleccionador assumiu a batuta da equipa nacional, Portugal e Rui Jorge têm formado muito talento e preparado jogadores para a selecção principal, mas tem ficado um amargo de boca no que a títulos diz respeito.

Portugal esteve ausente da fase final em 2011 e 2013, houve final perdida em 2015, queda precoce em 2017 e nova ausência em 2019. Com esta terceira final perdida, Portugal repete o que tinha feito em 1994 e 2015.

Primeiro, em França, houve derrota com a Itália (1-0) após prolongamento. Nesse ano de 1994, sob o comando de Nelo Vingada, a selecção de Luís Figo, Rui Costa, João Vieira Pinto ou Jorge Costa caiu perante uma Itália com alguns nomes que viriam a ter relevo no futebol mundial.

Nessa equipa existiam Toldo, Cannavaro, Panucci ou Pippo Inzaghi, mas o golo italiano surgiu, curiosamente, por parte de um jogador menos renomado. Pierluigi Orlandini, o herói da noite, chegou a jogar no Inter, no AC Milan e na Atalanta, mas fez uma carreira algo modesta e sem qualquer jogo pela selecção principal italiana.

Em 2015, o trauma foi ainda maior do que a derrota de 1994 no prolongamento. Em Praga, Portugal só caiu frente à Suécia no desempate por pontapés da marca de penálti, depois de um empate a zero nos 90 minutos e nos 30 adicionais.

Nessa noite, a Suécia de Lindelof, na altura jogador do Benfica, superou uma equipa portuguesa não menos talentosa do que as de 1994 ou 2021: havia João Mário, Bernardo Silva, William Carvalho, Sérgio Oliveira, Rúben Neves, João Cancelo, Rafa, Ricardo Horta, Ricardo Pereira ou Raphaël Guerreiro.

Mas há boas notícias. Dos 23 jogadores de 2015, 13 já chegaram à selecção principal. E do “onze” inicial dessa final, apenas José Sá, Tiago Ilori e Ricardo Esgaio estão por entrar em campo com as cores portuguesas.

Tal equivale a dizer que, mesmo não havendo títulos, há talento. E, sobretudo, há trabalho feito.

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