A mais dolorosa das desqualificações para Jon Rahm

Teste positivo de covid afasta-o do Memorial Tournament quando estava lançado para revalidar o título

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Jon Rahm (de máscara) com o seu caddie Adam Hayes já depois da desqualificação © GD

“Esta é uma daquelas coisas que acontecem na vida, um daqueles momentos em que o modo como reagimos a um contratempo nos define como pessoas”, disse um corajoso Jon Rahm depois de ter sido desqualificado do Memorial Tournament, ontem, na sequência de um teste positivo de covid-19. 

Para o espanhol de 23 anos, n.º 3 mundial, a notícia foi tanto mais dolorosa quanto ele estava bem encaminhado para se tornar no segundo jogador, depois de Tiger Woods em 2000, a revalidar o título nesta importante prova do PGA Tour, que tem como anfitrião o histórico Jack Nicklaus e que se joga desde 1976 no Muirfield Village Golf Club, em Dublin, Ohio (EUA). 

Ele tinha acabado de concluir a terceira volta com 64 pancadas, 8 abaixo do Par, e, com um total de 198 (-18), iria partir para a quarta e última volta a comandar com seis de vantagem sobre os norte-americanos Patrick Cantlay (campeão em 2019) e Collin Morikawa (n.º 6 mundial), igualando Tiger Woods na maior vantagem de um líder para o último dia. Tinha também estabelecido um recorde de birdies após três voltas, com 20. 

No entanto, quando abandonou o green do 18 e se encaminhava para a zona onde os jogadores entregam os cartões de jogo, dois funcionários do PGA Tour, sendo um deles o consultor médico Thomas Hospel, dirigiram-se-lhe para lhe comunicar a má-nova. Rahm dobrou-se para baixo em desalento e disse: “No way. Not again [Não é possível. Não outra vez]”. 

Na edição passada, no final do torneio, Rahm tinha sido penalizado em duas pancadas por a sua bola se ter mexido quando ele pousou o taco na relva para executar o segundo shot no buraco 16 (Par 3), um shot aliás bem sucedido já que meteu a bola dentro do buraco para birdie. Mas essa penalização foi inconsequente porque mesmo assim acabaria por vencer com três pancadas à melhor sobre Ryan Palmer.

Tudo começou na passada segunda-feira, 31 de Maio, quando o PGA Tour notificou Jon Rahm de que estaria sujeito a protocolos de rastreamento, por ter tido contacto próximo com uma pessoa infectada. De acordo com o Plano de Saúde e Segurança do Tour, Rahm pôde permanecer na competição, mas fazendo testes diários e com acesso restrito às instalações internas. 

O jogador permaneceu assintomático dia após dia, mas o seu teste mais recente, realizado após a sua segunda volta, que só no sábado de manhã se concluiu (e durante a qual fez um hole-in-one no buraco 16), deu positivo; eram 16h20 locais e o espanhol avançava na terceira volta. Foi depois feito um teste de confirmação que deu novamente positivo, pelas 18h05, estava o espanhol a meio do último buraco de jogo. 

O consultor médico do PGA Tour notificou Rahm imediatamente após a conclusão da volta e, de acordo com os protocolos do circuito e com as directrizes do CDC, terá de ficar fora das competições e isolado, até 15 de Junho. 

Embora esta seja uma situação infeliz para o jogador, ao longo de 50 torneios desde o regresso da actividade do PGA TOUR em Junho de 2020, após uma paragem de quase três meses pela pandemia, houve apenas quatro testes positivos (incluindo o de Rahm) dentro da competição; destes, o da jovem estrela espanhola é o primeiro caso positivo assintomático como parte da rotina dos protocolos de rastreamento de contacto. 

Além do prestígio que lhe adviria de revalidar o título no Memorial Tournament para o seu sexto triunfo no PGA Tour, Rahm perdeu igualmente uma boa oportunidade para facturar um prémio de 1,67 milhões de dólares pela eventual vitória. 

A última volta do Memorial Tournament irá assim começar com Collin Morikawa (66-72-66) e Patrick Cantlay (69-67-68) empatados na frente com 204 (-12). O sul-africano Branden Grace (68-72-67) e o norte-americano Scottie Scheffler (67-71-69) são terceiros com 207 (-9). 

 A jornada terá transmissão em directo no canal Eurosport 2 a partir das 20h.

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