Facebook suspende conta de Donald Trump até 2023

A rede social de Mark Zuckerberg suspendeu as contas de Trump no Facebook e Instagram a 7 de Janeiro de 2021, depois da invasão ao Capitólio.

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Leah Millis/REUTERS

O Facebook suspendeu, esta sexta-feira, o antigo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, da plataforma até Janeiro de 2023, pelo menos. No site da rede social, lê-se que a suspensão durará pelo menos dois anos, a contar desde o dia 7 de Janeiro, quando Trump foi inicialmente banido após o ataque ao Capitólio. Esta decisão só será suspensa se o risco para a segurança pública diminuir, refere a rede social.

“Dada a gravidade das circunstâncias que levaram à suspensão do senhor Trump, acreditamos que as suas acções constituíram uma violação grave das nossas regras, e merecem a maior penalidade possível de acordo com os novos protocolos de acção. Vamos suspender as contas durante dois anos, a partir da data da suspensão inicial, a 7 de Janeiro deste ano”, declarou Nick Clegg, vice-presidente dos Assuntos Globais e Comunicação do Facebook.

Depois de terminado o período de suspensão, a empresa vai “avaliar se o risco para a segurança pública diminuiu”. “Avaliaremos factores externos, incluindo instâncias de violência, restrições a reuniões pacíficas e outros mecanismos de agitação civil. Se determinarmos que ainda há um risco sério para a segurança pública, estenderemos a restrição por um determinado período de tempo e continuaremos a reavaliar até que o risco diminua”, lê-se.

Trump foi também banido permanentemente pelo Twitter e permanece suspenso do YouTube.

O antigo Presidente dos EUA tinha lançado uma plataforma própria para comunicar com os seguidores – que entretanto foi encerrada – apelidada de From the Desk of Donald J. Trump (Da Secretária de Donald J. Trump) e que continha publicações de Trump que podiam ser partilhadas.

Em comunicado esta sexta-feira, Donald Trump declara que “a decisão do Facebook é um insulto aos 75 milhões de pessoas, além de muitos outros, que votaram em nós nas eleições presidenciais de 2020. Eles [o Facebook e o Twitter] não deveriam ter permissão para escapar impunes desta censura e silenciamento porque, no final das contas, venceremos. O nosso país não aguenta mais este abuso!” 

Mudanças na plataforma

O Facebook também garantiu estar comprometido “em ser mais transparente sobre as decisões que toma e como estas afectam os utilizadores”. “Além dos protocolos de aplicação actualizados, vamos criar um sistema de advertência, para que as pessoas saibam que acções serão tomadas caso haja violação das nossas políticas”.

As redes sociais têm, nos últimos anos, tentado penalizar os líderes mundiais e políticos que violam as suas directrizes. O Facebook e o Twitter há muito defendem que os líderes mundiais, políticos e membros eleitos devem ter maior liberdade nas suas plataformas do que os utilizadores comuns.

O Facebook disse esta sexta-feira que acabaria com a política que protege os políticos de algumas regras de moderação de conteúdo porque este “merece ser publicado”. O Facebook está a ser criticado por aqueles que pensam que a plataforma deveria abandonar a intervenção directa no discurso político. Mas também foi criticado por aqueles, incluindo legisladores republicanos e alguns defensores da liberdade de expressão, que viram a proibição de Trump como um acto de censura.

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