Campo irregular de migrantes desmantelado na cidade francesa de Calais

Segundo as autoridades francesas, com o levantamento das restrições mais migrantes têm chegado à região. Autarquia receia que a “selva” volte a surgir.

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As autoridades francesas desmantelaram o acampamento ilegal de migrantes em Calais, a que chamavam "selva", em 2016 Philippe Wojazer/Reuters

As forças de segurança francesas começaram esta sexta-feira a operação de desmantelamento de um campo onde se encontram centenas de migrantes em Calais, no Norte da França, após confrontos e problemas de ordem pública, anunciou a autarquia. 

"Sob a instrução do ministro do Interior e após decisão judicial, está em curso uma operação, desde as seis horas (cinco horas em Lisboa), de recolocação dos migrantes instalados sem autorização em hangares situados na estrada de Saint-Omer, Calais, próximos do centro hospitalar”, anunciou a Câmara Municipal em comunicado. 

De acordo com as autoridades, “centenas” de migrantes encontram-se no local, entre os quais “30 crianças”, sendo que o número de pessoas no local “tem aumentado consideravelmente nas últimas semanas”.

Na operação que decorre na manhã de sexta-feira, os migrantes retirados do local vão ser orientados para as estruturas de acolhimento da região. Cerca de 300 agentes da polícia foram mobilizados para esta operação, disse à AFP uma fonte policial

"A ocupação está a gerar problemas graves de ordem e tranquilidade públicas, sobretudo junto de 50 famílias que residem na zona”, acrescenta a autarquia de Calais, demonstrando preocupação sobre “o problema cada vez maior de salubridade”.

Na noite de terça-feira, registaram-se na zona “confrontos que envolveram 30 pessoas” tendo sido enviados para o local mais de 50 polícias.

Na quarta-feira a presidente da Câmara Municipal de Calais, Natacha Bouchart, e o ex-responsável regional da zona de Hauts-de-France, Xavier Bertrand, pediram ao ministro do Interior o desmantelamento do novo campo para evitar o “surgimento de uma selva”.

As autoridades locais afirmaram que com o levantamento das restrições para conter a propagação do coronavírus e com a abertura das fronteiras na União Europeia, os migrantes têm voltado a aglomerar-se em Calais, na esperança de conseguir atravessar o Canal da Mancha até ao Reino Unido.

Desde o desmantelamento da “selva” de Calais em 2016, onde mais de nove mil pessoas viviam, os migrantes estão divididos em vários campos, a maioria na periferia de Calais.

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