Parlamento israelita elege Herzog para Presidente

Antigo ministro e líder da oposição trabalhista vai assumir o cargo no próximo mês. Eleição acontece último dia do prazo para a oposição apresentar uma alternativa ao Governo de Netanyahu.

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Isaac Herzog, ex-deputado e ex-ministro, é o Presidente eleito de Israel ABIR SULTAN/EPA

O Parlamento de Israel elegeu nesta quarta-feira o antigo ministro trabalhista Isaac Herzog para Presidente do país. O político de centro-esquerda irá substituir Reuven Rivlin no próximo mês e assumir um cargo sobretudo cerimonial, uma vez que, no sistema político israelita, o poder executivo está nas mãos do primeiro-ministro. 

Herzog, de 60 anos, foi eleito para um mandato de sete anos e será o 11º Presidente de Israel. Recebeu 87 votos numa disputa com Miriam Peretz, uma educadora sem experiência política mas muito popular, que contou com 26 votos.

Filho de Chaim Herzog, Presidente entre 1983 e 1993, e ex-embaixador de Israel nas Nações Unidas, Isaac “Bougi” Herzog foi eleito pela primeira vez para o Knesset (Parlamento) em 2003. Ocupou vários cargos ministeriais e foi líder da oposição entre 2013 e 2018, quando também chefiava o Partido Trabalhista.

Em 2015, a aliança União Sionista, que liderava, foi derrotada nas urnas pelo Likud, o partido do actual primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.

Ocupava, desde 2018, a presidência da Agência Judaica, que se dedica à promoção da imigração de judeus para Israel e à promoção da cultura e identidade judaica.

“É verdadeiramente essencial que cuidemos das feridas que foram abertas recentemente na nossa sociedade”, pediu Herzog no seu discurso de aceitação, no Knesset.

“Temos de defender a posição internacional de Israel e o seu bom nome na família de nações, temos de combater o anti-semitismo e o ódio a Israel e temos de preservar os pilares da nossa democracia”, acrescentou, citado pela Reuters.

A eleição de Isaac Herzog para a presidência acontece a poucas horas do final do prazo definido pelo Presidente cessante para a oposição a Netanyahu apresentar uma solução alternativa ao Governo do primeiro-ministro conservador – meia-noite desta quarta-feira, menos duas em Portugal continental.

Em cima da mesa está um princípio de acordo entre o centrista Yair Lapid e o ultranacionalista Naftali Bennett, para liderarem um executivo de coligação que vai da esquerda pacifista à direita ultraconservadora, e que pode afastar de cena o homem que dominou a política israelita na última década.

Sem acordo antes do final do prazo, a questão pode ter de ser resolvida no Knesset ou em novas eleições – que seriam as quintas no espaço de dois anos. Neste último cenário, já com Herzog em funções.

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