Israel levanta a maioria das restrições por causa da covid-19

Já não é preciso mostrar certificado de vacinação para entrar em certos espaços, e já não há limites à capacidade máxima por causa do potencial de transmissão do coronavírus. As excepções são as máscaras no interior e a entrada de visitantes do estrangeiro.

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O Hospital Ichilov, em Telavive, celebra o fim da maior parte das restrições CORINNA KERN/Reuters
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O Hospital Ichilov, em Telavive, celebra o fim da maior parte das restrições CORINNA KERN/Reuters

Israel começou esta terça-feira uma nova fase, levantando praticamente todas as últimas restrições que ainda se mantinham em vigor para conter a pandemia da covid-19, quando se registaram apenas quatro novos casos de infecção.

A grande excepção continua a ser a entrada de visitantes de fora, que têm de fazer quarentena obrigatória, mas dentro do país deixou de ser necessário apresentar o certificado de vacinação para entrar em espaços como restaurantes, ginásios, ou salas de espectáculos, e deixou de haver limites ao número de pessoas por causa da pandemia que podem entrar em lojas, ou que podem participar em qualquer evento, seja em espaços interiores ou exteriores.

O fim da necessidade de apresentação do certificado de vacinação também quer dizer que as crianças podem começar a ir a restaurantes e espectáculos (até agora só as que já tivessem tido covid-19 e tivessem um certificado de recuperação eram admitidas).

A maior parte das empresas e escolas já tinham voltado ao normal, diz o jornal Times of Israel, e mesmo as regras que se mantinham no papel já não eram muito respeitadas.

Continua, no entanto, a ser necessário usar máscaras em espaços interiores, mas o ministro da Saúde diz que nas próximas duas semanas será discutido o fim da medida.

Esta terça-feira, além dos quatro novos casos de testes positivos ao vírus que provoca a covid-19, há registo ainda de 350 pessoas doentes. Durante o mês de Maio, o número de mortes continuou a diminuir, com vários dias sem nenhum registo de óbito por covid-19. No dia 30, morreram quatro pessoas com a doença. Há 49 doentes em estado grave – em Janeiro, no pico da terceira vaga, eram 1200.

No início de 2021, Israel registava mais de 10 mil casos por dia e 88 mil casos activos. No total, Israel registou 839.483 casos e 6412 mortes de covid-19, numa população de cerca de nove milhões. Por comparação, em Portugal registaram-se 849.093 casos e 17.025 mortes.

A grande diferença deve-se ao enorme programa de vacinação, com a vacina da BioNTech/Pfizer. O contrato com a Pfizer, que incluía a passagem de dados, foi polémico, mas permitiu ter um caso de estudo.

Mais de 90% das pessoas com mais de 50 anos foram vacinadas (ou recuperaram da doença), e a percentagem dos maiores de 20 que levaram já as duas doses da vacina é de mais de 70%, diz ainda o Times of Israel. O país prepara-se para aprovar a vacinação de adolescentes a partir dos 12 anos.

Desde o início da pandemia, Israel teve três períodos de confinamento, e quando estes acabaram, o número de infecções voltou prontamente a subir. Desta vez, após o programa de vacinação, os casos mantêm a trajectória descendente.

Israel tem sido criticado por vacinar os seus cidadãos, incluindo habitantes dos colonatos na Cisjordânia, território ocupado, e não os palestinianos que vivem também no território. As autoridades israelitas argumentam que não têm obrigação de o fazer, pois os palestinianos têm a sua própria autoridade de saúde.

Na Cisjordânia, o número de casos também tem vindo a descer, ao mesmo tempo que a região tem recebido vacinas da aliança Covax; foram registados 246 novos casos.

Já em Gaza, o último conflito entre o Hamas e Israel deixou marcas na reposta à covid-19: bombardeamentos israelitas atingiram o único laboratório que fazia testes, e houve ainda efeitos noutras estruturas de saúde, como uma clínica da organização Médicos Sem Fronteiras. O facto de milhares de pessoas terem fugido dos bombardeamentos para locais sem possibilidade de isolamento também poderá ser um factor. Gaza registou 246 novos casos na segunda-feira.

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