Plano Director Municipal do Porto aprovado com votos contra do PS, BE, CDU e PAN

O presidente da Câmara Municipal do Porto, o independente Rui Moreira, destacou o debate em torno do mesmo, sobretudo as 403 participações recebidas.

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LUSA/RUI MANUEL FARINHA

A Assembleia Municipal do Porto aprovou na segunda-feira à noite, com os votos contra do PS, CDU, BE e PAN e a abstenção do PSD, a proposta final do Plano Director Municipal (PDM).

No total, a votação do PDM teve 17 votos contra do PS, CDU, BE e PAN e oito abstenções, seis do PSD e duas do PS.

Durante a discussão do documento, o presidente da Câmara Municipal do Porto, o independente Rui Moreira, destacou o debate em torno do mesmo, sobretudo as 403 participações recebidas, depois de alguns partidos terem falado em “falta de debate democrático”.

“Não vale a pena dizer que não houve debate democrático”, afirmou Moreira, que lembrou as mais de 35 reuniões públicas nas uniões de freguesia.

A proposta final do PDM elenca “grandes prioridades” como o aumento da área verde pública e a qualificação da rede hidrográfica de rios e ribeiras, o aumento da dotação de habitação disponível, a aposta em modos suaves de transporte e a promoção da competitividade económica e do emprego.

Destas 403 participações em âmbito de consulta pública, apenas foram acolhidas integralmente 10% dos contributos, algo “preocupante”, entendeu a deputada do PAN.

“A proposta do plano aqui hoje apresentada corresponde, portanto, a 90% da visão, dos interesses, dos desejos e das orientações do pelouro e do executivo municipal”, considerou Bebiana Cunha.

Já a deputada do Bloco de Esquerda (BE) Susana Constante Pereira classificou o PDM como “unipessoal e limitado a Rui Moreira”. “Este PDM cinge-se à visão do presidente da câmara e do seu movimento e condicionará a vida das próximas três gerações da cidade”, vincou. Além de criticar o atraso na elaboração deste documento, Rui Sá, da CDU, apontou também a falta de diálogo da autarquia com os municípios vizinhos para um planeamento conjunto.

A esta “falha”, o comunista acrescentou algumas relacionadas com a habitação, mobilidade ou desenvolvimento urbano. A deputada Cláudia Santos, do PS, assumiu estar de acordo com os objectivos definidos no plano. “Contudo, questão diferente é tentar perceber se os objectivos definidos com a programação elencada serão ou não atingidos”, sublinhou.

Também o social-democrata Alberto Machado considerou os cinco grandes eixos em que o PDM assenta, nomeadamente economia e emprego, identidade e património, habitação, mobilidade e ambiente, “consensuais”, mas criticou o facto de não estarem traduzidos no documento medidas concertadas para os alcançar. O deputado do PSD apontou também outra preocupação: o “excessivo recurso ao financiamento bancário” para concretizar o PDM.

Já a deputada eleita pelo Movimento de Rui Moreira Carla Afonso Leitão referiu que o PDM, não podendo prever todo o futuro, pode ser resumido a uma única palavra: catalisador. “Catalisador de factores de sustentabilidade, bem-estar, coesão, investimento, resiliência e confiança”, concluiu.

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