Montante de crédito em moratória caiu 3,6 mil milhões em Abril

Total de empréstimos inseridos na medida que permitiu suspender os pagamentos de capital e juros está agora em 39,3 mil milhões de euros.

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LUSA/MARIO CRUZ

O montante global de empréstimos abrangidos por moratórias era de 39,3 mil milhões de euros em Abril, menos 3,6 mil milhões do que no final de Março, segundo dados divulgados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal (BdP).

A redução do montante em moratória, medida que permitiu suspender os pagamentos de capital e juros, ou apenas uma das componentes, resultou “do decréscimo tanto dos empréstimos em moratória concedidos a particulares como dos concedidos a sociedades não financeiras, que diminuíram 2,0 mil e 1,4 mil milhões de euros, respectivamente”, avança o BdP.

Em comunicado, o supervisor refere ainda que “a evolução dos empréstimos em moratória concedidos a particulares é maioritariamente explicada pelos empréstimos com a finalidade habitação, que diminuíram 1,6 mil milhões de euros, reflectindo sobretudo o término da moratória privada”.

A redução dos créditos abrangidos pela solução criada para responder a dificuldades de empresas e famílias em suportar os encargos financeiros, decorrentes da pandemia de covid-19, continua lenta. Desde o pico de 48,1 mil milhões de euros, atingido em Setembro de 2020, o montante envolvido “encolheu” 8,8 mil milhões.

A redução em Abril ficou muito próxima da queda verificada no final de Março (3,7 mil milhões de euros), mês em que terminou a moratória de crédito à habitação criada pelos bancos. 

Já a moratória privada para o crédito ao consumo, criada pelos bancos com o prazo de 12 meses a contar da adesão, tem vindo a vencer-se gradualmente, expirando totalmente a 30 de Junho.

Em Março também terminou, para muitas empresas, a dupla suspensão e amortização de juros, o que implicou a retoma do pagamento de juros, mas mantendo a suspensão de amortização do capital em dívida até ao final do próximo mês de Setembro. Os créditos das empresas estão todos inseridos na moratória pública, criada pelo Governo, e apenas as empresas inseridas em sectores mais afectados pela pandemia continuam a beneficiar da suspensão total de pagamento dos empréstimos até Setembro.

Apesar da pressão da banca e de associações patronais ou de defesa dos consumidores, ainda não foi anunciada qualquer medida de apoio público para empresas e particulares que, findo o prazo das moratórias, não consigam retomar o pagamento dos seus créditos. 

A Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla em inglês) também não tem demonstrado qualquer sinal de flexibilização das regras que permitam manter o actual regime de moratórias.

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