Ciao, meia-final: Portugal supera Itália no Euro sub-21

Golos de Jota e Francisco Conceição, no prolongamento, garantem a presença de Portugal na meia-final do Campeonato da Europa. Dany Mota (dois golos) e Gonçalo Ramos também marcaram.

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Finalização de Dany Mota de bicicleta Reuters/SRDJAN ZIVULOVIC

Começou de forma fulgurante, esteve tremido e acabou bem. É assim que se resume o desempenho da selecção portuguesa de sub-21 nos quartos-de-final do Europeu, com o apuramento para a meia-final. Portugal bateu a Itália por 5-3, nesta segunda-feira, na Eslovénia, e marcou duelo ibérico com a Espanha, em jogo agendado para quinta-feira (17h, RTP).

A partida acabou por ser decidida apenas no prolongamento, com um golo de Jota aos 109’. Antes disso, no empate 3-3 nos 90 minutos, foram Gonçalo Ramos e Dany Mota (dois golos) a marcar por Portugal, contra os golos de Pobega, Scamacca e Cutrone.

1-0 de bicicleta

Em Ljubljana, o jogo começou praticamente com o golo português. Aos 6’, depois de um “aviso” de Vitinha de fora da área, com defesa de Carnesecchi, o respectivo canto deu golo. Um corte defeituoso ao primeiro poste deixou a bola à mercê de um pontapé de bicicleta de Dany Mota, na zona central da área.

O grande golo do avançado do Monza tranquilizou Portugal, cujo 4x4x2 em losango permitia ter a equipa muito capaz na circulação de bola, com vários jogadores sempre a poucos metros.

E quando nesse losango pontificam nomes como Daniel Bragança, Fábio Vieira ou Vitinha, fica montado o palco para um festival de circulação consciente e segura. Em boa parte, foi isso que Portugal tentou fazer durante cerca de 25 minutos.

Aos 31’, numa fase em que a Itália já dividia mais o jogo, Portugal chegou ao 2-0 novamente num canto. Daniel Bragança ficou esquecido ao segundo poste e, de cabeça, ofereceu o “bis” a Mota – o avançado recebeu, rodou e fuzilou de pé esquerdo.

A equipa italiana, que já mostrava outra face nesta fase da partida, continuou a crescer, percebendo o que lhe dava o sistema táctico português. O 4x4x2 losango, muito compacto na zona central, deixa os corredores menos protegidos. A equipa italiana começou a explorar insistentemente os corredores e os médios interiores de Portugal, Vitinha e Gedson, tinham de decidir: ou mantinham o losango compacto, dando tempo e espaço para a Itália criar nas alas, ou alargavam a pressão, deixando o corredor central desprotegido e entregue a Bragança.

Foi desta forma que a Itália, “seduzindo” os médios portugueses a desmontarem o losango, começou a ter espaço na zona central, perto da área de Diogo Costa. Os italianos não eram particularmente perigosos, é certo, mas tinham, por esta altura, o domínio da partida.

Já perto do intervalo, o golo chegou como só poderia chegar: num canto, claro está. Houve cabeceamento de Frattesi ao primeiro poste e Pobega ganhou a frente a Dalot para poder finalizar com facilidade.

Depois da assistência para o 2-1, Frattesi voltou a ser o foco do perigo. Cabeceou já perto da baliza portuguesa, para uma defesa tremenda de Diogo Costa.

Aos 58’ e 60’ o jogo teve repetições de cenários já vistos. Primeiro, a Itália voltou a vacilar no futebol aéreo e permitiu a Diogo Queirós ganhar no ar e assistir Gonçalo Ramos, que finalizou de primeira uma bola difícil. 3-1.

Dois minutos depois, algo também já visto: novamente o losango português “arrastado” ao corredor, antes de a Itália explorar, depois, a zona central. A transição deu cruzamento de Frattesi e finalização de Scamacca, aproveitando mais uma desatenção de Diogo Dalot – novamente negligente a defender a zona interior. 3-2.

Florentino tranquilizou

Aos 68’, Rui Jorge percebeu que o meio-campo português estava carente de um médio defensivo mais capaz do que Bragança, mais ainda quando o sportinguista esteve tantas vezes desprotegido.

Foi chamado ao jogo Florentino e a equipa portuguesa tranquilizou-se. A presença de um médio mais forte defensivamente (com alguns cortes importantes), conjugada com a crescente falta de frescura italiana, permitiram a Portugal reequilibrar o jogo e, sobretudo, voltar a ter bola em zonas ofensivas.

Quando Portugal voltava a estar confortável e protegido, Rui Jorge fez mais duas alterações (entraram Romário Baró e Francisco Conceição) e, por coincidência ou não, a equipa voltou a perder-se. Uma incursão de Sottil deu cruzamento da esquerda, depois de ultrapassar Conceição com alguma facilidade, e finalização de Cutrone no centro da área.

Pouco depois do início do prolongamento, a tranquilidade portuguesa chegou sob a forma de cartão vermelho – Lovato atingiu Mota e foi advertido pela segunda vez.

Em superioridade numérica, Portugal passou a jogar em 4x3x3, com Jota e Conceição nas alas e já com Rafael Leão em campo, e chegou o golo aos 109’. Jota e Baró fizeram metade do campo em troca de bola, finalizada com uma tabela que deixou o extremo na cara do golo.

Também Francisco Conceição, já com a Itália “morta”, fez um bom golo, numa jogada individual.

Em onze contra dez, Portugal teria de colaborar bastante para que a Itália conseguisse chegar aos penáltis. Não colaborou e assegurou, com tranquilidade, a presença na meia-final do Europeu.

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