Região de Lisboa com mais de metade dos novos casos. Há mais de um mês que não havia tantas infecções num dia

Portugal continua a aproximar-se da “zona amarela” da matriz de risco. Incidência nacional subiu para 59,6 casos por 100 mil habitantes e o índice de transmissibilidade do vírus mantém-se em 1,07.

Portugal registou zero mortes e 609 novos casos de infecção pelo novo coronavírus, de acordo com os dados mais recentes da Direcção-Geral da Saúde (DGS). Há mais de um mês, desde 22 de Abril, data em que foram reportados 636 novos casos, que não se registavam tantas infecções num dia.

Divulgados no boletim deste sábado da DGS, os dados correspondem à totalidade de sexta-feira. No total, o país contabiliza 17.023 óbitos por covid-19 e 848.213 casos confirmados desde Março.

Segundo os dados que constam do boletim, Lisboa e Vale do Tejo soma mais de metade (54%) dos novos casos reportados este sábado, tendo registado mais 327 infectados. Já a região Norte contabiliza mais 164 casos (27%).

Há menos duas pessoas internadas nos hospitais portugueses, contabilizando-se agora um total de 244 pacientes hospitalizados com covid-19. Registam-se também menos três pessoas com a doença em unidades de cuidados intensivos, num total de 49.

Recuperaram da doença mais 510 pessoas, contabilizando-se agora um total de 808.557 recuperados. Há ainda a registar mais 99 casos activos de infecção, num total de 22.633.

Portugal continua a aproximar-se da “zona amarela” da matriz de risco, cujos indicadores ditam o avanço (ou recuo) das diversas fases do desconfinamento. A matriz de risco foi actualizada nesta sexta-feira e dá conta de uma subida da incidência nacional para 59,6 casos por 100 mil habitantes (56 se contabilizarmos apenas o território continental). O índice de transmissibilidade do vírus – conhecido como R(t) – mantém-se em 1,07. Esta matriz de risco é actualizada às segundas, quartas e sextas-feiras.

O Norte contabiliza um total acumulado de 340.138 casos confirmados desde o início da pandemia, sendo a zona do país com maior número de infecções. Seguem-se Lisboa e Vale do Tejo, com 320.787 casos; o Centro, com 119.806 casos (mais 52 em relação ao dia anterior); o Alentejo, com 30.165 casos (mais 12) e o Algarve, com 22.253 infectados (mais 19). O arquipélago dos Açores regista um total de 5369 casos de infecção (mais 21) e a Madeira contabiliza 9695 casos (mais 14).

Lisboa e Vale do Tejo regista 7212 mortes por covid-19 acumuladas desde Março e a região Norte 5354. O Centro contabiliza 3021 mortes causadas pela doença, o Alentejo 971 e o Algarve 363. Nos arquipélagos, os Açores mantêm-se com um total de 33 mortes por covid-19 e a Madeira contabiliza 69.

Especialistas recomendam manter a actual matriz de risco

O grupo de peritos propôs esta sexta-feira, na reunião no Infarmed, que se mantenha a actual matriz de risco, visto que “a incidência é o indicador mais sensível que permite uma resposta mais atempada”, disse Andreia Leite, da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa. Os especialistas recomendam ainda que se adicione a este conjunto de indicadores “a monitorização da efectividade das vacinas”.

“A matriz de risco permite dar o alerta. Os outros indicadores devem ser considerados numa avaliação de risco mais detalhada e depois as medidas devem ser traçadas”, concluiu.

Na reunião, no Infarmed, foi também apresentada uma proposta de introdução de três novos níveis de risco no plano de desconfinamento, identificados por letras do A ao C, numa “estratégia faseada para evitar ter de recuar, para garantir que se ganha liberdade em segurança”. As propostas incluem limites de pessoas nos convívios familiares e regras para a realização de eventos de massas.

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