Fernando Medina: Na direita “todos namoram com o André”, mas desejam o Pedro

Perante uma plateia de militantes socialistas, Medina procurou traçar uma linha de demarcação entre o PS e as forças políticas à sua direita, partindo de uma análise feita em tom de humor sobre o que se passou na recente convenção do Movimento Europa e Liberdade.

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António Costa, secretário-geral do PS, cumprimenta Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, durante o anúncio da sua recandidatura ao cargo realizado no Capitólio MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

O dirigente socialista Fernando Medina reduziu esta sexta-feira o panorama da direita portuguesa a um conjunto de “amores e desamores”, dizendo que “todos namoram com o André”, embora sem o assumirem, mas “desejam verdadeiramente o Pedro”.

Perante uma plateia de militantes socialistas, no Teatro do Capitólio, em Lisboa, Fernando Medina procurou traçar uma linha de demarcação entre o PS e as forças políticas à sua direita, partindo de uma análise feita em tom de humor sobre o que se passou na recente convenção do MEL (Movimento Europa e Liberdade).

Um evento que se realizou em Lisboa no início desta semana e que juntou os líderes do PSD, Rui Rio, do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, e do Chega, André Ventura, tendo também contado com a presença do ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.

“Assistimos ao magno congresso da direita em Portugal. Estiveram todos juntos na mesma sala durante três dias, discutindo o que pensam da vida, mas o que sobrou?”, começou por se interrogar o presidente da Câmara de Lisboa.

Segundo Fernando Medina, o país ficou a saber que “o Francisco e o João não gostam do Rui, que o Rui estava lá [na convenção da direita] mas preferia não estar, e que, no fundo, no fundo, todos namoram com o André, mas ninguém quer assumir”, gracejou Fernando Medina.

Fernando Medina tirou depois a sua conclusão: “Verdadeiramente, todos eles estão com saudades do Pedro”.

Para o autarca socialista, os portugueses ficaram a saber “muita coisa sobre amores e desamores dos protagonistas da direita, mas ninguém ficou a saber no país como se vai recuperar e sair das dificuldades provocadas pela crise” da covid-19.

“Nenhum jovem ficou a saber como, com eles, poderá haver futuro e um emprego. Nenhuma família da classe média ficou a saber como poderá ter habitação a preços acessíveis numa cidade, ou como nós, colectivamente, vamos enfrentar desafios como o das finanças públicas ou das alterações climáticas, ou como vamos corrigir as desigualdades”, criticou.

Na perspectiva de Fernando Medina, os portugueses “ficaram a saber tudo com o congresso da direita, excepto aquilo que importa para a vida de cada um”.

No seu discurso, o presidente da Câmara de Lisboa fez também uma cerrada defesa da acção do Governo, considerando que “ninguém antes foi posto à prova em circunstâncias tão difíceis” como as da pandemia da covid-19.

“Incerteza após incerteza, dificuldade após dificuldade de um problema que não tem guião, que não tem roteiro e que não tem nenhuma saída anunciada, estamos a conseguir graças à sua competência construir a saída da mais grave crise que tivemos nas últimas décadas”, sustentou o autarca e antigo secretário de Estado socialista.

Com o secretário-geral do PS, António Costa, sentando na primeira fila a ouvi-lo, Fernando Medina tirou uma segunda conclusão: “António Costa e o PS são a primeira referência de estabilidade, de progresso e de confiança”.

“Com o PS unido, estaremos à altura dessa responsabilidade. Não há hoje no mapa político português qualquer alternativa à visão do PS”, acrescentou.

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