Câmara de Lisboa vai inspeccionar alterações ao apartamento de Cristiano Ronaldo

Arquitecto do imóvel na Rua Castilho mostrou-se indignado com a alteração ao seu projecto e anunciou que não vai “assistir parado”.

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Pascal Rossignol

A Câmara de Lisboa vai inspeccionar o apartamento adquirido por Cristiano Ronaldo para averiguar se a ‘marquise’ colocada no terraço está legal. Apesar de garantir que não chegou aos serviços de Urbanismo "qualquer pedido ou autorização posterior a 2020, solicitando alterações ao projecto desenhado pelo arquitecto José Mateus”, a autarquia quer fiscalizar primeiro e tirar conclusões depois.

Isso mesmo disse Fernando Medina à SIC Notícias na quinta-feira à noite, depois de o Correio da Manhã ​ter revelado a existência de uma estrutura fechada no último piso da penthouse que o futebolista comprou na Rua Castilho. 

Em resposta ao PÚBLICO e outros órgãos, a câmara diz que o último pedido de alteração ao projecto foi feito em Outubro de 2019 e previa, entre outras coisas, “a alteração do material das guardas das varandas (que passaram de vidro a serralharia pintada)”. A autarquia diz também que houve uma fiscalização ao imóvel em Fevereiro de 2020, “não tendo sido proposta a adopção de qualquer medida.”

O edifício, cuja construção foi promovida pela Vanguard Properties, recebeu alvará de utilização em Janeiro deste ano e, de acordo com o Correio da Manhã desta sexta-feira, Ronaldo assinou a escritura em Fevereiro. O apartamento terá custado mais de sete milhões de euros.

Em declarações à SIC Notícias, Fernando Medina disse que “durante a obra foram feitas alterações ao processo licenciadas pelo município” e que a autarquia “vai inspeccionar o que está feito” e, mediante o que encontrar, “tudo será regularizado de acordo com a lei”. “Não sabemos exactamente o que é que está feito, a câmara ainda não inspeccionou o que está feito, porque a informação que temos é da notícia de um jornal, não havia nenhuma denúncia relativamente a isso, não tinha havido nenhuma inspecção”, disse o autarca socialista.

José Mateus, o arquitecto do edifício 203 Castilho, pronunciou-se na quinta-feira no seu Facebook sobre o assunto, anunciando que não vai “assistir parado” ao “desrespeito e à conspurcação de forma ignóbil” daquele edifício “sem ter cumulativamente a anuência dos arquitectos, dos vizinhos e sem projecto aprovado” pela autarquia.

Num texto a que chamou “o autogolo de CR7”, o arquitecto do atelier ARX disse que a sua admiração por Ronaldo “desmoronou-se num ápice” e prometeu reagir. “Há cultura, há autorias, há regras, há respeito pelos outros e pelo trabalho dos outros, há civismo, há princípios que não admito que sejam atropelados. Seja por quem for.”

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