O “Submarino Amarelo” finalmente emergiu

Villarreal conquista primeiro título europeu da sua história, ao derrotar o Manchester United na final da Liga Europa em Gdansk. Quando o desempate por penáltis chegou aos guarda-redes, Rulli marcou, De Gea falhou.

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O único título relevante no currículo do Villarreal era o de campeão espanhol da terceira divisão em 1970. Nesta quarta-feira, a equipa que o mundo conhece como o “Submarino Amarelo” acrescentou um título europeu a esse currículo com um triunfo na final da Liga Europa em Gdansk frente ao Manchester United. Após um empate (1-1) ao fim de 120 minutos, o triunfo da equipa espanhola decidiu-se na marcação do 22.º penálti. Depois de 21 convertidos, e numa altura em que avançaram os guarda-redes para a marca dos 11 metros, foi David de Gea a falhar pelos “red devils”, permitindo a defesa de Geronimo Rulli, o argentino que estava na baliza do Villarreal.

Não podiam ser equipas mais diferentes aquelas que se encontravam em Gdansk. Um orgulhoso grande do futebol europeu de uma cidade grande contra uma equipa que tem dificuldades em ser grande no próprio país e de uma cidade cuja população caberia no seu próprio estádio. Um conjunto de “estrelas” que custaram milhões contra uma equipa em que o conjunto é mais valioso do que a soma das suas partes. Vermelhos contra amarelos. Toda a gente dava o Manchester United como favorito nesta final europeia por tudo e mais alguma coisa e o Villarreal como o digno vencido. Mas esta era só mais uma final na longa e gloriosa história dos “red devils”, Para o “submarino amarelo”, este era “só” o jogo mais importante da sua história.

E outro aspecto diferenciador entre United e Villarreal é o seu comandante. Solskjaer é um treinador que deve o seu lugar ao seu passado como jogador – foi um grande goleador nas equipas de Alex Ferguson – mas que não tem propriamente uma identidade como treinador (é mais um gestor). Emery, pelo contrário, foi um discreto jogador que, como treinador, começou de baixo, mas que foi subindo de patamares até ganhar três vezes a Liga Europa com o Sevilha (uma delas frente ao Benfica), mas sem conseguir transportar essa aura para projectos mais glamourosos (Arsenal e PSG). E em comparação com Solskjaer, o basco, que acaba de ganhar a sua quarta Liga Europa, tem outra bagagem como treinador e é evidente que prepara bem estes jogos de “mata mata”.

Tudo isso ficou bem vincando na forma como United e Villarreal se apresentaram em campo perante cerca de 10 mil espectadores que polvilhavam as bancadas do Estádio Miejski. Os ingleses entraram com vontade de desmoralizar o seu adversário espanhol, a bater no peito e a tentar marcar cedo. Rashford e Greenwood a avançarem pelas alas, Cavani a controlar a área e Bruno Fernandes a controlar a manobra ofensiva. Mas os “red devils” bateram de frente com a força colectiva do “submarino amarelo”, absolutamente impecável na contenção do seu adversário e com as suas armas no ataque, sobretudo uma, Gerard Moreno, avançado internacional por Espanha e principal perigo ao seu colega de selecção David de Gea.

A um domínio inconsequente do United, o Villarreal respondia com rigor. E aos 29’, colocou-se em vantagem. Num livre cobrado por Dani Parejo, a bola viajou até à área do United, Moreno adiantou-se à linha defensiva dos “red devils”, e, mesmo agarrado pelo ex-benfiquista Lindelof, fez o 1-0. Foi o 30.º golo da época para o excelente avançado espanhol que passou sempre ao lado do olhar mais atento dos “grandes” de Espanha como o Barcelona ou o Real Madrid.

O golo sofrido pouco fez pelo comportamento do United no jogo, ainda sem qualquer solução individual ou colectiva para afundar o “submarino amarelo”. Só em cima do intervalo, já em tempo de compensação, é que cheiraram o golo, numa investida de Greenwood pela direita que por pouco não deu em autogolo de Raul Albiol.

Alguma coisa terá dito Solskjaer ao intervalo – talvez alguma referência à mítica vitória sobre o Bayern na final de Barcelona em que marcou o golo do triunfo já no tempo de compensação. A verdade é que a formação britânica foi diferente, para melhor, na segunda parte, e foi desmontando progressivamente a estratégia do Villarreal, e nem demorou muito a nivelar o resultado. Aos 55’, numa jogada de insistência do United, Rashford tentou um primeiro remate que parou na defesa do Villarreal, mas Cavani, sempre atento, encaminhou a bola para a baliza.

A pressão dos ingleses só cresceu a partir do golo do empate e o cerco intensificou-se. O “submarino amarelo” transformou-se num “autocarro amarelo” a tapar a baliza de Rulli e foi conseguindo manter o empate, também porque Emery ia lançando pernas frescas para manter o rigor defensivo e tentar chegar ao prolongamento. Solskjaer, pelo contrário, acreditava nos que estavam em campo e não fez uma única substituição nos primeiros 90 minutos.

Manteve-se o empate, o jogo seguiu para mais meia-hora extra de cautelas mútuas e nada mudou. E nada mudou nos 20 primeiros penáltis. Rulli e De Gea ainda adivinharam algumas vezes o lado, mas todos os marcadores acertaram, incluindo Bruno Fernandes e Alex Telles, que entrara só para esta função. Depois foram os guarda-redes. Marcou Rulli, falhou De Gea e o pequeno Villarreal batia o gigante Manchester United, garantido, de caminho, um lugar na Champions da próxima época.

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