Filmes da Warner Bros. passam a ser distribuídos em Portugal pela Cinemundo

Distribuidora portuguesa compete por liderança do mercado, dominado pela Nos, e junta ao seu catálogo os filmes da Universal e da Warner — estreará este ano F9, Duna ou o quarto Matrix.

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Duna, realizado por Denis Villeneuve, é protagonizado por Timothée Chalamet DR

A distribuidora portuguesa Cinemundo anunciou esta quarta-feira que passa a ser responsável pela distribuição dos filmes da Warner Brothers em Portugal. Uma das maiores distribuidoras do mercado português, que é encimado pela Nos, passa assim a contar com os catálogos da Universal Pictures e da Warner Bros e querendo posicionar-se “como uma forte aspirante à liderança do mercado de distribuição de cinema em Portugal”, como indica em comunicado.

A Cinemundo, fundada em 2014, foi responsável pela estreia de 40 filmes e pela exibição de 51 filmes em 2019 (em 2020, ano fortemente afectado pela pandemia, estreou 29 títulos e exibiu 44) segundo dados do Instituto do Cinema e do Audiovisual. Em número de filmes estreados e exibidos ocupa a segunda posição no mercado, dominado pela Nos Lusomundo Audiovisuais — empresa que até agora detinha os direitos de distribuição dos filmes da Warner Bros. A partir de 1 de Julho de 2021, a Cinemundo vai fazer chegar ao país filmes como O Esquadrão Suicida (5 de Agosto), Duna (16 de Setembro) ou o quarto filme da série Matrix (16 de Dezembro). Está também anunciada a estreia, já a 15 de Julho, de Space Jam 2: Uma Nova Era, bem como do filme prequela da série Os Sopranos, Todos os Santos de Newark, a 23 de Setembro,  

O catálogo junta-se assim ao da Universal Pictures, que já estava com a Cinemundo desde Abril de 2020, e que neste ano que se espera que seja de retoma parcial da actividade de distribuição e exibição cinematográfica estreia filmes como Velocidade Furiosa 9, Halloween Mata, Boss Baby - Negócios de Família, Cantar 2 e Downton Abbey 2. “Através da distribuição dos dois catálogos de peso como a Universal Studios e a Warner Bros Pictures, a Cinemundo tem a convicção de que contribui para um mercado do cinema mais justo e equilibrado em Portugal, uma vez que o mesmo deixa de estar verticalmente integrado num único player”, diz Miguel Chambel, CEO da Cinemundo em comunicado.

O mercado de distribuição português, na óptica das receitas de bilheteira, é também dominado pela Nos, que entre 2019 e 2020 detinha 50,4% dessa receita; quanto ao número de espectadores, 50% dos portugueses que vão ao cinema vão ver filmes distribuídos pela Nos. A Nos é também líder incontestada na exibição, com o maior número de salas em todo o país. A Big Picture 2 é a segunda maior distribuidora no que toca às receitas e ao número de espectadores e distribui títulos da Sony Pictures e suas chancelas, como a Columbia. A Nos fica agora com a distribuição dos catálogos de majors como a Paramount, Disney ou MGM, que acaba de ser comprada pela Amazon num negócio de 7 mil milhões de euros e que pode ter impacto na distribuição e exibição cinematográfica.

De acordo com comunicado da Cinemundo, estes dois novos catálogos “representam cerca de 35% do mercado de distribuição em Portugal” e “juntam- se aos cerca de 8% que a Cinemundo já representa no mercado dito de distribuição independente”.

A aquisição agora anunciada pela Cinemundo inclui também distribuição nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa. É o mesmo mercado em que opera a Nos Lusomundo Audiovisuais, que tal como a Cinemundo detém os seus próprios canais de filmes - mas se os canais Nos se dividem em marcas como o Nos Studios e os TVCine e estão presentes em todos os operadores de TV por subscrição, o canal Cinemundo não está na Nos, mas sim na Meo, Vodafone, Now ou DSTV.

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