Angola deteve oficiais das Forças Armadas que tentavam retirar milhões do país

Seis oficiais generais da Presidência angolana foram exonerados, dias depois da detenção de um major que transportava duas malas carregadas com 10 milhões de dólares

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Os membros das Forças Armadas investigados estavam destacados na Presidência da República, em Luanda LUSA

As autoridades de Luanda anunciaram que apreenderam vários milhões de dólares, euros e kwanzas, no âmbito de um processo de investigação a oficiais das Forças Armadas destacados na Presidência da República.

Num comunicado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) tornou público um processo crime “em que estão envolvidos oficiais das Forças Armadas Angolanas afectos à Casa de Segurança do Presidente da República, por suspeita de crimes de peculato, retenção de moeda, associação criminosa e outros”.

Na acção “foram apreendidos valores monetários em dinheiro sonante, guardados em caixas e malas, na ordem de milhões, em dólares norte-americanos, em euros e em kwanzas, bem como residências e viaturas”, acrescenta-se no comunicado.

Na semana passada, o Novo Jornal noticiou que o chefe das finanças da banda musical da Presidência da República, major Pedro Lussaty, tinha sido detido quando transportava duas malas carregadas com 10 milhões de dólares (o equivalente a 8,1 milhões de euros) e 4 milhões de euros, e escreveu que o investigado “não justificou a posse e, alegadamente, procurava retirar o dinheiro do país”.

Contactada pela Lusa, fonte da PGR confirmou tratar-se do mesmo caso.

Na segunda-feira, segundo a Casa Civil da Presidência de Angola, foram exonerados seis oficiais generais da Presidência, entre os quais está o “tenente-general Ernesto Guerra Pires, do cargo de consultor do ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, e o tenente-general Angelino Domingos Vieira, do cargo de secretário para o Pessoal e Quadros da Casa de Segurança do Presidente da República”.

Além destes dois, também o tenente-general José Manuel Felipe Fernandes, secretário-geral da Casa de Segurança do Presidente da República, e o tenente-general João Francisco Cristóvão, director de gabinete do ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, foram afastados dos cargos.

O tenente-general Paulo Maria Bravo da Costa, que era secretário para Logística e Infra-estruturas da Casa de Segurança do Presidente da República, e o brigadeiro José Barroso Nicolau, antigo assistente principal da Secretaria para os Assuntos dos Órgãos de Inteligência e Segurança de Estado da Casa de Segurança do Presidente da República, foram também exonerados.

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