Bernal com o Giro “no bolso”, Almeida reentra no top 10

João Almeida esteve na fuga do dia e, apesar de ter sido apanhado por alguns dos melhores colocados na classificação geral, terminou a tirada em sexto lugar e subiu da 13.ª para a décima posição.

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Bernal em acção no Giro LUSA/LUCA ZENNARO

São já 2m24s de vantagem de Egan Bernal na liderança da Volta a Itália. Tal equivale a dizer que, com cinco etapas por correr, mais montanha e poucos especialistas de contra-relógio no seu encalço, só um azar tremendo – como uma lesão ou uma queda – tirará este Giro ao ciclista colombiano. Damiano Caruso, a 2m24s, e Hugh Carthy, já a 3m40s, completam um pódio que dificilmente não terá Bernal no lugar mais alto no dia 30.

Nesta segunda-feira, o trepador da INEOS, camisola rosa, venceu a etapa 16, de alta-montanha, num dia muito positivo para o português João Almeida, que já estava atrasado na classificação.

O ciclista da Deceuninck esteve na fuga do dia e, apesar de ter sido apanhado por alguns dos melhores colocados na tabela, terminou a tirada em sexto lugar e subiu da 13.ª para a décima posição.

O corredor das Caldas da Rainha está, agora, a cerca de seis minutos do top 5 e a quase sete do pódio, tendo ainda um contra-relógio para reduzir ou reverter esta desvantagem. Com este atraso, é difícil crer que Almeida esteja, novamente, na luta pelo top 5 da Volta a Itália, depois do quarto lugar em 2020, mas uma posição nos oito primeiros está ao alcance do português.

Ficará sempre a dúvida sobre o que poderia estar a fazer Almeida caso não tivesse sido “queimado” em algumas etapas na ajuda a Remco Evenepoel. Um top 5 seria, provavelmente, uma meta bem real.

Há, porém, um detalhe menos positivo: esta subida na classificação deixará o ciclista na mira dos rivais – para as últimas cinco etapas, dificilmente Almeida poderá entrar numa fuga e correr com a liberdade com que correu nesta etapa 16.

Segunda de Bernal

A etapa desta segunda-feira estava desenhada para muita acção, com três contagens de montanha de 1.ª categoria e uma outra de categoria especial. Eram quatro escaladas brutais, mas as condições meteorológicas adversas levaram a organização da corrida a retirar duas das quatro subidas.

Ficaram uma de 1.ª categoria, La Crosetta, e a categoria especial do Passo Giau, a menos de 20 quilómetros da meta. A 2223 metros de altitude, será este o ponto mais alto deste Giro.

A fuga do dia formou-se muito cedo na etapa, com 24 aventureiros. O grupo tinha estrelas como Dan Martin, Davide Formolo e Vincenzo Nibali, além do português João Almeida, libertado pela Deceuninck para fazer a sua própria corrida – possivelmente, já seguros de que Remco Evenepoel passaria dificuldades.

A previsão confirmou-se e o belga descolou do grupo dos favoritos, com Almeida bastante mais à frente – estando na fuga, o português tinha “no bolso” a entrada no top 10 e a ultrapassagem àquele que se tornou, já durante o Giro, o seu chefe-de-fila.

Na fuga, que chegou a ter cinco minutos de vantagem para o pelotão, Almeida e Antonio Pedrero eram os mais fortes, numa fase em que o trabalho da INEOS e da EF já tinha anulado a fuga e colocado Egan Bernal, Damiano Caruso e Hugh Carthy no encalço do duo luso-espanhol.

Após a última montanha, Bernal acabou por seguir sozinho na descida até à meta, voltar a mostrar superioridade sobre os demais e vencer a etapa. Foi o segundo triunfo neste Giro.

Almeida chegou em sexto, a 1m21 de Bernal, confirmando a boa forma para os dias finais da corrida. Sem Remco Evenepoel – o belga deverá abandonar a prova –, será Almeida o foco da Deceuninck a partir daqui.

Esta terça-feira será dia de descanso para o pelotão, antes de mais um dia de montanha na etapa 17.

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