Pelo menos 150 crianças separadas e 170 desaparecidas após erupção de vulcão na República Democrática do Congo

A UNICEF diz que pelo menos 25 mil pessoas ficaram deslocadas na cidade de Sake, a cerca de 25 quilómetros de Goma.

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Pelo menos 150 crianças foram separadas das suas famílias e 170 podem ter desaparecido durante a fuga de milhares de pessoas no leste da República Democrática do Congo após a erupção do vulcão Nyiragongo, alertaram este domingo as Nações Unidas. Os números foram anunciados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF, na sigla em inglês) num comunicado divulgado no seu portal.

De acordo com a agência das Nações Unidas, mais de 5000 pessoas atravessaram a fronteira entre a cidade de Goma, a cerca de 20 quilómetros do vulcão. Segundo a mesma fonte, pelo menos 25.000 pessoas ficaram deslocadas na cidade de Sake, a cerca de 25 quilómetros de Goma, capital da região de Kivu do Norte.

A UNICEF mostrou-se preocupada com as centenas de pessoas que regressam agora às suas casas e encontram “lares danificados e escassez de água e de energia eléctrica”. “Ainda não é claro quantos agregados foram afectados pela erupção no território do Nyiragongo, a norte de Goma. Muitas crianças na zona próxima do aeroporto de Goma foram deixadas sem casa e sem meios de sustento”, acrescentou a UNICEF.

A agência das Nações Unidas anunciou que destacou uma equipa para as áreas afectadas de Sake, Buhene, Kibati e Kibumba para garantir assistência de primeira linha. Uma das iniciativas previstas pela UNICEF pretende instalar pontos para a desinfecção da água perto de Sake para limitar a propagação de cólera, assim como o fortalecimento da vigilância epidemiológica desta doença.

Da mesma forma, a agência das Nações Unidas quer, em colaboração com as autoridades congolesas, estabelecer dois centros de trânsito para crianças não acompanhadas e separadas. A UNICEF diz também estar a trabalhar com parceiros para sinalizar casos de abuso e violência de género com o objectivo de fornecer apoio médico e psicossocial.

A erupção do vulcão Nyiragongo, no leste da República Democrática do Congo, na noite de sábado, tornou encarnados os céus da cidade de Goma, espalhando o pânico e causando a fuga de milhares. O vulcão Nyiragongo, um dos mais activos do mundo, entrou em erupção por volta das 19h00 locais (18h00 em Lisboa) de sábado, segundo os dados apresentados nesse dia pelo Governo.

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Djaffar Al Katanty/REUTERS

A erupção levou milhares de pessoas aterrorizadas a fugirem da cidade durante a noite, carregando pertences e gado e dirigindo-se para a cidade de Sake ou para a fronteira com o Ruanda, tendo esta última sido atravessada por pelo menos 8000 pessoas, segundo dados oficiais do Ministério congolês de Gestão de Emergências.

Já este domingo, os habitantes que haviam fugido regressaram gradualmente aos seus bairros, algumas “desoladas” por encontrarem as suas casas e outras propriedades queimadas, segundo um residente na cidade citado pela agência noticiosa EFE. Ainda que a lava não tenha atingido a cidade, centenas de casa na sua periferia foram destruídas ou reduzidas a cinzas, segundo as autoridades provinciais.

Localizada na província de Kivu do Norte, que também faz fronteira com o Uganda, a região de Goma é uma zona de intensa actividade vulcânica localizada no vale do Rift, com seis vulcões, incluindo os vizinhos Nyiragongo e Nyamuragira, que se elevam a 3470 e 3058 metros, respectivamente.

A última erupção do Nyiragongo, em 2002, levou milhares a abandonarem as suas casas e provocou centenas de mortos.

Goma é lar de um grande contingente de soldados da paz e de muitos membros da missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo, sendo também base de muitas organizações não-governamentais e outras organizações internacionais.