Irão nega a inspectores internacionais imagens de vigilância de instalações nucleares

Teerão justifica decisão com fim do prazo de três meses acordado com a Agência Internacional de Energia Atómica.

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Hassan Rohani, Presidente do Irão, durante uma visita às instalações nucleares iranianas IRANIAN PRESIDENCY OFFICE/EPA

O Irão informou este domingo que os inspectores internacionais já não podem aceder às imagens de vigilância das instalações nucleares do país, numa altura em que em Viena se tenta salvar o acordo nuclear entre Teerão e as potências mundiais. As declarações foram feitas pelo porta-voz do parlamento iraniano, Mohammad Bagher Qalibaf, na televisão estatal.

"A este respeito, e com base no facto de expirar o prazo de três meses, definitivamente a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) não terá o direito de aceder a imagens”, disse Qalibaf.

Ao abrigo do chamado “Protocolo Adicional” com o Irão, a AIEA “recolhe e analisa centenas de milhares de imagens captadas diariamente pelas suas sofisticadas câmaras de vigilância”, indicou a agência em 2017, quando informou também que tinha colocado “2.000 selos à prova de adulteração em material e equipamento nuclear”.

O parlamento do Irão aprovou em Dezembro um projecto de lei que previa suspender parte das inspecções das Nações Unidas às suas instalações nucleares, se os signatários europeus não aliviassem as sanções petrolíferas e bancárias até Fevereiro. A AIEA celebrou então um acordo de três meses com Teerão para que este país mantivesse as imagens de vigilância, com as autoridades iranianas a ameaçar eliminá-las posteriormente se não tivesse sido alcançado qualquer acordo.

Qalibaf assinalou ainda que o líder supremo do Irão, Ayatollah Ali Khamenei, que tem a última palavra sobre todos os assuntos de Estado, apoiou a decisão. 

A República Islâmica do Irão já está a enriquecer e a armazenar urânio a níveis muito superiores aos permitidos pelo seu acordo nuclear de 2015.

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