Taça para o Sp. Braga e nada para o Benfica

Minhotos conquistam o troféu pela terceira vez na sua história, graças a um triunfo por 2-0 sobre os “encarnados”, que jogaram com 10 desde os 20 minutos.

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O sucesso desportivo mede-se pelas conquistas, mas também pelas expectativas. E todas as épocas as expectativas do Sp. Braga crescem um bocadinho mais. Mesmo sem nunca ter sido (ainda) campeão, ninguém tira aos minhotos um lugar no topo da cadeia alimentar do futebol português por tudo o que têm feito na última década, e neste domingo vincaram ainda mais esse estatuto com a conquista da Taça de Portugal pela terceira vez na sua história (depois dos triunfos de 1966 e 2016), graças a uma vitória na final em Coimbra, por 2-0, sobre o Benfica, cuja época já estava a ser uma sucessão de fracassos. Este foi mais um para juntar ao monte.

Mérito, primeiro do que tudo, ao Sp. Braga, que chegou a esta final absolutamente crente nas suas possibilidades, apesar de uma segunda volta que lhe custou um lugar no pódio. E Carlos Carvalhal conquistou, como o próprio tinha dito, o troféu mais saboroso da carreira. Ou não fosse ele um homem de Braga, que nasceu e cresceu para o futebol no Sp. Braga e que, na sua segunda passagem pelo clube como treinador, teve o prémio para a sua atractiva proposta de futebol. Talvez tenha sido mais épica a sua campanha com um Leixões da II B até à final de 2002, mas essa caminhada não resultou num título. Esta, com o Sp. Braga, sim.

Neste duelo entre dois dos mais experientes treinadores do futebol português, Jorge Jesus tentou fazer algum “bluff” na questão dos três centrais - mas o “onze” que lançou para o relvado teve esse perfil, de novo com o jovem brasileiro Morato na linha defensiva. Carvalhal também não fugiu ao seu plano habitual, igualmente com uma linha de três, mas em que um dos centrais - Sequeira - era mais um ala no momento ofensivo.

Durante os primeiros 15 minutos houve equilíbrio, mas com ascendente dos minhotos. Galeno e Abel Ruiz eram um problema para a não muito rápida defesa do Benfica, e esse desequilíbrio notou-se num dos lances decisivos do jogo, aos 16’. Abel Ruiz é solicitado para correr, o guarda-redes Helton Leite vai ao encontro do espanhol e, ainda fora da área, desequilibra-o com um pequeno toque. O espanhol vai ao chão, o árbitro parou o jogo e mostrou cartão vermelho ao brasileiro. Jesus sacrificou Pizzi para colocar o suplente Vlachodimos na baliza. 

O Benfica iria enfrentar um jogo quase todo em inferioridade numérica, algo que só tinha acontecido uma vez nesta época (na Liga Europa). A equipa bracarense tentou forçar de imediato e teve três boas situações para marcar, a melhor de todas aos 40’, num passe de Ruiz que Otamendi não deixou que chegasse a Horta. Na resposta, os “encarnados” estiveram perto do golo aos 45’, num remate de Seferovic que bateu em Tormena e que passou perto da baliza, e num de Weigl logo a seguir que Matheus defendeu.

Foi no melhor momento do Benfica no jogo que o Sp. Braga chegou ao primeiro golo. Mesmo a fechar a primeira parte, num lance de ataque dos minhotos que tinha tudo para não dar nada, Vlachodimos saiu da  baliza para acudir a um lance que estava controlado por Vertonghen. Só que o alívio do belga foi ter com Piazón e o brasileiro aproveitou da melhor maneira o adiantamento do grego para lhe fazer um chapéu certeiro.

O Sp. Braga tentou construir sobre essa vantagem obtida no final da primeira parte e teve várias oportunidades para o fazer, mas Vlachodimos redimiu-se do erro no golo e teve várias intervenções que mantiveram a desvantagem na margem mínima. Jorge Jesus esperou até aos 60’ para mexer na equipa, com as entradas de Darwin e Rafa, e os “encarnados” ganharam alguma velocidade no ataque, mas foi tudo pólvora seca e, aos 84’, os minhotos selaram a conquista, com Ricardo Horta a finalizar após passe de Abel Ruiz.

Já nada iria mudar no marcador, mas ainda houve uma alteração no número de jogadores em campo. Taarabt irritou-se com Piazón, Eduardo, treinador de guarda-redes do Sp. Braga, foi lá dar um encontrão ao marroquino e gerou-se a confusão. Houve um vermelho para os dois protagonistas do lance e o jogo avançou rapidamente para o fim.

Avançou, no fundo, para mais um fracasso do Benfica (desta vez sem qualquer caso de covid-19 na equipa), numa época em que investiu como nunca e não conquistou nada; e para um fracasso de Jorge Jesus, vítima das expectativas exageradas que ele próprio criou. Avançou, ainda, para mais um sucesso do Sp. Braga, e logo no ano em que o clube chega aos cem anos de idade, a provar que o seu crescimento não é um acaso, mas fruto de um trabalho sustentado.
 

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