Patrões unem-se para acelerar recuperação económica no pós-pandemia

O Conselho Nacional das Confederações Patronais foi formalizado nesta terça-feira e junta na mesma plataforma as confederações da agricultura, comércio e serviços, indústria, imobiliário e turismo. Presidência será rotativa.

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Nuno Ferreira Santos

As quatro confederações patronais que têm assento na concertação social e a Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI) formalizaram nesta terça-feira a criação do Conselho Nacional das Confederações Patronais (CNCP), uma plataforma que tem como objectivo acelerar a recuperação do tecido empresarial e dialogar com o Governo para o melhor aproveitamento das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência.

Fazem parte do conselho a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), a Confederação Empresarial de Portugal (CIP), a Confederação do Turismo de Portugal (CTP) e a CPCI.

A presidência será assegurada por cada um dos presidentes das confederações de forma rotativa e mudará a cada três meses. A ordem será alfabética, começando pelo presidente da CAP, Eduardo Oliveira e Sousa, que assume o papel de porta-voz até Agosto de 2021.

“Quando finalmente vencermos a pandemia, precisamos de ter empresas capazes de cumprir o papel fundamental a que são chamadas para a reconstrução económica”, frisou Oliveira e Sousa no discurso que proferiu durante a apresentação da nova plataforma.

“A ambição das empresas vai para além do regresso a um passado recente em que, como referido, o crescimento económico era medíocre: o objectivo é encetarmos um novo ciclo de desenvolvimento, sólido e sustentado”, acrescentou.

As confederações “assumem, conjuntamente, o seu papel mobilizador do universo empresarial que representam, fazendo ouvir a sua voz na defesa dos seus interesses comuns” e em torno de cinco desafios que o presidente da CAP elencou.

Vencer a pandemia e restabelecer condições de confiança para o regresso dos consumidores ao mercado – “condição sine qua non para a recuperação” -, reforçar a competitividade, captar e reter recursos humanos com as competências adequadas, alcançar estruturas financeiras mais sólidas e acelerar a transição para uma economia circular.

Em comunicado, as cinco confederações afirmam-se “conscientes das suas responsabilidades neste momento crucial da economia portuguesa”, tendo decidido juntar-se para assumirem “o compromisso de defender as empresas face à adversidade que as ameaça e à urgência de colocá-las no centro da recuperação”.

A tentativa de as confederações patronais falarem a uma só voz não é inédita, já o fizeram quando a troika esteve em Portugal e, mais recentemente, em relação ao salário mínimo, mas a criação desta plataforma acaba por formalizar essas posições comuns.

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