Novo Banco: empréstimo evolui de forma “favorável”, diz BCP

Presidente do banco sublinha, sobre a mais recente injecção no Novo Banco, que “não é o BCP que atrasa o que quer que seja”.

Foto
LUSA/TIAGO PETINGA

O presidente do BCP disse esta segunda-feira que o dossiê do financiamento bancário ao Fundo de Resolução está a evoluir de forma favorável, mas escusou-se a dar mais informações sobre o crédito que permitirá capitalizar o Novo Banco.

“As coisas estão a evoluir de forma muito favorável nos contactos que temos tido”, disse Miguel Maya, acrescentando apenas que o banco já tomou as decisões que tinha a tomar e “não é o BCP que atrasa o que quer que seja”.

O gestor não quis dar mais detalhes, quer sobre quando será feita a operação de crédito (dizendo que não será o banco a fazer qualquer anúncio), quer quanto à participação do BCP nesse financiamento.

O Jornal Económico noticiou há duas semanas que o sindicato bancário composto por sete bancos deverá disponibilizar 475 milhões de euros ao Fundo de Resolução, dos quais cerca de 430 milhões de euros serão usados já para capitalizar o Novo Banco.

Os bancos que terão maior fatia do empréstimo serão CGD e BCP, tendo os restantes uma participação menor. Já no ano passado foi negociado um empréstimo dos bancos ao Fundo de Resolução (também para capitalizar o Novo Banco) mas acabou por não avançar.

O BCP divulgou esta segunda-feira lucros de 57,8 milhões de euros no primeiro trimestre, mais 63,8% do que os 35,3 milhões de euros registados nos mesmos três meses de 2020.

O resultado do primeiro trimestre inclui 112,8 milhões de euros de provisões para riscos legais de créditos em francos suíços na operação do BCP da Polónia. Já as imparidades e provisões foram reforçadas em 242,8 milhões de euros.

No primeiro trimestre face ao mesmo trimestre de 2020, a margem financeira caiu 2,5% para 376 milhões de euros e as comissões cederam 1% para 177,9 milhões de euros.

Já os custos operacionais caíram 9,2% para 259,3 milhões de euros, contribuindo para sustentar os lucros. O BCP fechou Março com 7004 funcionários em Portugal, menos nove do que em Dezembro passado. Já em termos de sucursais, o banco contava no final de Março com 476 balcões, menos dois do que no fim de 2020.

O presidente do BCP aproveitou ainda para esclarecer que o banco anunciará no momento oportuno o plano de saída de trabalhadores, sem adiantar quantos funcionários quer dispensar pois ainda não tem o plano de redução de custos fechado.

“O banco tem de se preparar para o futuro e a gestão dos recursos tem de ser dinâmica. No ano passado era intenção de banco fazer mais saídas do que fez, foi por motivos sociais [devido à crise] que não o fez. Sobre este ano, o banco tomará e anunciará no momento oportuno o que fará”, disse Miguel Maya.

O gestor afirmou que há já bastante tempo que vem dizendo que o banco tem de ser eficiente para ser competitivo de futuro e manter-se relevante e que tem a meta de ter um rácio de eficiência (custos sobre receitas) de 40% (foi de 43,9% no primeiro trimestre).

“Para termos relevância de futuro, para crescermos, criarmos oportunidades de valorização profissional para os trabalhadores do banco, remunerarmos adequadamente os accionistas, termos uma presença determinante, dominante no apoio à economia, precisamos de ser um banco eficiente”, afirmou.

Acrescentou apenas que não será o número de trabalhadores de outros bancos a determinar os do banco que lidera e que, apesar das saídas líquidas, também têm sido contratadas pessoas para áreas em que o BCP está mais necessitado (caso de áreas tecnológicas).

Sugerir correcção
Comentar