M.O.D.O.K., o supervilão romântico da Marvel, reencarnou em stop-motion

A comédia da Hulu centrada nesta personagem egomaníaca e muito dada a estupidez chega agora à Disney+, numa série que adapta à televisão uma criação da banda-desenhada.

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Melissa é a filha do supervilão M.O.D.O.K., de quem herdou os poderes e o aspecto físico DR

M.O.D.O.K. é uma cabeça flutuante gigante com um corpo minúsculo que quer dominar o mundo. Toma conta da A.I.M., a organização malévola de que é cabecilha e péssimo gestor, mas tem uma família em casa: uma mulher que faz vídeos para a Internet e dois filhos. É um supervilão egomaníaco e, apesar de inteligente, comete muita estupidez. Quando o seu casamento está, tal como a organização que chefia, a passar um mau bocado, tem uma ideia brilhante: voltar atrás quase duas décadas e ir com a mulher a um concerto dos Third Eye Blind, a banda que em 1997 fez sucesso com Semi-Charmed Life, a que tinham faltado na altura.

Esta é a premissa do segundo episódio de M.O.D.O.K., comédia animada que adapta a personagem homónima da Marvel, uma presença na banda desenhada desde o final dos anos 1960. A premissa é ridícula e cheia de piadas parvas, mas serve para uma meditação mais profunda do que seria de esperar sobre o que atrai duas pessoas e como se mantém, ou não, uma relação de amor. A série da Hulu, que esta sexta-feira se estreia em Portugal via Disney+é uma criação de Jordan Blum, que trabalhou na escrita e na produção de séries como Community ou American Dad, e Patton Oswalt, um dos melhores cómicos de stand-up americanos, que também dá voz ao protagonista. Feita em bonecos e stop-motion dos Stoopid Buddy Studios, responsáveis por Robot Chicken, tem muito de parvoíce e absurdo.

No início de Maio, Aimee Garcia, que dá voz a Jodie, a esposa de M.O.D.O.K., e Melissa Fumero, que está por trás de Melissa, a filha adolescente de ambos, participaram numa série de mesas-redondas com jornalistas. Ao PÚBLICO, Garcia falou da dimensão dos cenários e dos bonecos. “Os actores já tinham acabado de gravar as vozes antes da pandemia, mas a série é muito maior do que isso”, afirma.

“Animação, marionetas, costureiros, cenários feitos em esferovite, baldes e baldes de dentes, mãos e bocas. É como fazer um filme gigante, só que tipo Querida, encolhi os Miúdos, com câmaras à mão e 30 cenários em simultâneo. Há tecnologia que nunca foi antes usada para fazer a animação. É mais evoluído do que Robot Chicken”, continua, realçando também a “atenção ao detalhe”. A actriz conhecida por séries como Dexter, Vegas ou Lucifer falou ainda da cumplicidade inerente a ser uma mulher de um super-herói, que se complica ao longo da série, tornando-se ela própria uma supervilã. Sobre M.O.D.O.K., diz que Oswalt consegue ser “egomaníaco, histérico e absurdo” e mostrar-se “vulnerável, contido e intimista” no segundo seguinte.

Já Fumero, conhecida por Brooklyn Nine-Nine, fala de como, em animação, se pode ir muito mais longe do que em imagem real – e para isso dá jeito a série não se inscrever na continuidade normal dos filmes e séries Marvel. “Há muito com que nos podemos safar, é tudo tão ridículo e tão fora”, conta. A sua personagem tem o mesmo aspecto que o pai, também é uma cabeça flutuante, mas faz patinagem artística. “É uma segunda geração de supervilão, é menos confrangedora a forma como lida com isso”, menciona. 

Garcia resume: “A série é divertida porque há vísceras de robô, invasões alienígenas, guerras galácticas e Vingadores, mas é só sobre uma família disfuncional a tentar manter-se junta.”

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