Arquitectura

Em Eindhoven, há um casal a viver numa casa impressa em 3D e com forma de rochedo

Bart van Overbeeke/Eindhoven University of Technology
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Bart van Overbeeke/Eindhoven University of Technology

Não é a primeira casa construída por uma impressora 3D, mas é a primeira assim feita e já habitada. Nos subúrbios de Eindhoven, nos Países Baixos, Elize Lutz e Harrie Dekkers, de 70 e 67 anos, respectivamente, vivem na primeira das cinco casas 3D do projecto Milestone, que resulta de uma colaboração entre a Universidade de Tecnologia de Eindhoven e especialistas em construção, anunciado em 2018. A ideia era, desde logo, construir casas 3D para arrendar e alargar a produção de casas impressas em 3D. A Elize bastou-lhe ver o desenho das casas: “Era exactamente como um jardim de um conto de fadas. É lindo”, disse ao The Guardian. “Parece um bunker — faz-nos sentir seguros”, acrescentou Harrie Dekkers.

As casas foram desenhadas pelos arquitectos holandeses Houben & Van Mierlo, que a pensaram com a forma de um pedregulho. As paredes exteriores, curvas e inclinadas, foram criadas a partir da impressão de camadas de cimento. A estrutura foi, posteriormente, fixada aos alicerces, e foram encaixadas as portas, janelas e o telhado. “Com a impressão e os elementos na parede, curvados em três planos — mas que a suportam —, demos passos importantes para o desenvolvimento da impressão 3D nas construções”, disse Bas Huysmans, CEO da Weber Benelux, a empresa de construção que ajudou a desenvolver o cimento usado na casa 3D e a tecnologia de impressão.

O casal paga uma renda de 800 euros pela casa de 94 metros quadrados, que inclui uma cozinha e sala — que ocupam cerca de metade do espaço —, um quarto e uma casa de banho. Lá dentro, as camadas de cimento estão à vista, dando textura a toda a casa. Na altura em que a quinta casa for impressa — esta com três andares e três quartos —, espera-se que a impressão já seja feita no próprio local, reduzindo os custos. 

"Se olharmos para o tempo que realmente precisamos para imprimir esta casa, são apenas 120 horas", afirmou Bas Huysmans, ao The Guardian. "Todos os elementos, se os tivéssemos imprimido de uma vez, teríamos demorado menos de cinco dias, porque o grande benefício da impressora é que não precisa de comer, dormir ou descansar." O empresário refere que não ganhou dinheiro com a construção da casa e que também não espera ganhar nas próximas. "Com a impressão 3D gera-se grande criatividade e flexibilidade no design. Porque é que fizemos tanto esforço para imprimir esta 'pedra'? Porque mostra perfeitamente que podemos fazer a forma que quisermos."

Bart van Overbeeke/Eindhoven University of Technology
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