Ampliação do ataque contra Gaza por Israel deixa noite de destruição

Desde o início da semana já morreram mais de cem palestinianos e pelo menos oito israelitas. Líbano disparou rockets contra Israel.

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Coluna de fumo na Faixa de Gaza após bombardeamentos israelitas HAITHAM IMAD / EPA

Israel intensificou a ofensiva contra Gaza durante a madrugada desta sexta-feira, juntando fogo de artilharia aos bombardeamentos aéreos. Estima-se que mais de cem pessoas tenham morrido no território palestiniano, e oito em Israel, desde que o conflito se reacendeu no início da semana.

A Força Aérea israelita lançou bombardeamentos ininterruptos durante quase 40 minutos, por volta da meia-noite (menos duas horas em Portugal continental), em que foram lançados cerca de 450 mísseis. O objectivo era atingir uma rede de túneis usada por um grupo terrorista em Gaza, diz o Jerusalem Post. Também foi atingido um edifício residencial de seis andares que as forças israelitas dizem pertencer ao Hamas.

As imagens televisivas mostraram o céu sobre a Faixa de Gaza totalmente iluminado com as explosões dos bombardeamentos israelitas.

O Líbano disparou alguns rockets na direcção de Israel, num ataque que pode abrir uma nova frente de combates.

Com o objectivo de tentar negociar um cessar-fogo, os EUA vão enviar um enviado especial, Hady Amr, para a região, juntando-se ao Egipto e ao Qatar que também estão a tentar alcançar algum tipo de acordo.

No terreno, porém, há poucos sinais de que a violência possa cessar em breve. Aos ataques aéreos juntaram-se durante a noite tiros de artilharia estacionada junto à fronteira com Gaza, onde se tem acumulado milhares de tropas. O anúncio de que forças terrestres se iriam juntar à ofensiva foi interpretado inicialmente como um passo para uma invasão terrestre – algo que não acontece desde 2014 – mas a fronteira ainda não foi ultrapassada.

As autoridades israelitas estimam que a ofensiva ainda não está próxima de terminar e o objectivo é desferir um golpe profundo junto do Hamas antes de negociar um cessar-fogo, diz a Reuters. Foram mobilizados mais nove mil reservistas.

Entretanto, o custo humano do conflito renovado vai aumentando. As autoridades sanitárias de Gaza dizem que 109 pessoas morreram, entre as quais 28 crianças e 11 mulheres. Há ainda 580 feridos, cuja assistência pode estar comprometida por causa da elevada pressão sobre os hospitais causada pela pandemia de covid-19, diz a Al-Jazeera.

O Hamas tem respondido com o disparo de rockets contra cidades israelitas, a maioria dos quais é interceptado pela Cúpula de Ferro, um avançado sistema anti-míssil israelita. Ainda assim, oito pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em Israel.

O prolongamento do conflito está a aumentar a tensão entre a comunidade israelo-árabe e os judeus israelitas, com vários episódios de violência, desde linchamentos públicos até ao incêndio de sinagogas e carros.

O ministro da Defesa, Benny Gantz, anunciou um “reforço maciço” das forças de segurança para reprimir os protestos internos, diz a BBC.

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