A arte de Opelka de chegar às meias-finais

Norte-americano afastou Federico Delbonis nos quartos-de-final do Masters de Roma.

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Reuters/GUGLIELMO MANGIAPANE

Reilly Opelka é o mais inesperado semi-finalista dos Internazionali BNL d’Italia. O norte-americano chegou a Roma com seis derrotas consecutivas e a terra batida está longe de ser o melhor piso do tenista de 23 anos e 2,11m de altura. O forte serviço tem arrasado a concorrência e, nesta sexta-feira, salvou os quatro break-points de que Federico Delbonis dispôs para vencer pela terceira vez no Foro Itálico, sempre em dois sets

“A terra batida não é a minha praia, não é a praia de um americano. Provavelmente é apenas um acaso, mas vou aproveitar”, admitiu Opelka (47.º mundial), depois de eliminar o argentino Delbonis (64.º), por 7-5, 7-6 (7/2). Para trás ficam semanas de sofrimento, devido às derrotas que o fizeram perder confiança e aos fortes sintomas da covid-19 que contraiu no início de Abril.

Passados quatros dias em que mal conseguia dormir, Opelka voltou aos treinos e, no regresso ao circuito, na semana passada em Madrid, voltou a desfrutar da vida fora do ténis e foi visitar o Museu do Prado. “Irreal”, afirmou o apaixonado de arte. Em Roma, teve a companhia da compatriota Venus Williams numa visita ao Museu Borghese.

Opelka já conta com dois títulos conquistados no ATP Tour, o primeiro em 2019, em Nova Iorque. Durante essa semana, foi a várias sessões nocturnas da New York Fashion Week. “Não sou de ir a festas, não bebo, apenas gozo a vida e não durmo muito. Não adormeço antes da uma da manhã e acordo às seis horas, sem despertador”, afirmou o jogador treinado por Jay Berger, sétimo do ranking em 1990. “Ele mudou totalmente a minha perspectiva do desporto e agora sou um estudioso do jogo. Isto não é um trabalho para mim”, assegurou Opelka, que tem o sonho de ganhar um Grand Slam. “Mas não vou jogar o meu melhor ténis antes de 2024, 2025”, adverte.

Para já terá de enfrentar Rafael Nadal (3.º) nas meias-finais dos Internazionali BNL d’Italia. O tenista espanhol subiu o nível de jogo em relação aos dias anteriores, para derrotar Alexander Zverev (6.º), por 6-3, 6-4. No aguardado duelo entre Novak Djokovic (1.º) e Stefanos Tsitsipas (5.º), a chuva foi a protagonista. O encontro foi interrompido primeiro a 4-3 e depois, definitivamente, quando Tsitsipas ia servir em vantagem, por 6-4, 2-1.

Por cá, foi apresentado o ATP Challenger 125 Oeiras Open, o terceiro torneio deste circuito que se realiza em Portugal este ano. Entre 16 e 22 de Maio, vão estar seis tenistas do top 100 – Jiri Vesely (73.º), Steve Johnson (85.º), Federico Coria (91.º), Pedro Martínez (94.º), Yannick Hanfmann (95.º) e Juan Ignacio Londero (98.º) – e sete jogadores portugueses – Pedro Sousa (111.º), Frederico Silva (170.º), João Domingues (227.º) e Nuno Borges (301.º) no quadro principal e Gonçalo Oliveira (309.º), Gastão Elias (312.º) e Tiago Cação (529.º), no qualifying – a lutar pela fatia maior do prize-money de 109 mil euros e pelos 125 pontos destinados ao vencedor.

“É a primeira vez que realizamos em Portugal um torneio desta categoria, a mais alta do ATP Challenger, é o segundo mais importante que se realiza nosso país. Fomos desafiados pela ATP a realizar neste magnífico complexo, com um dos courts mais bonitos do mundo”, frisou Vasco Costa, presidente da Federação Portuguesa de Ténis.

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