Nova edição do BIP/ZIP da Câmara de Lisboa permite replicação de projectos noutros territórios

Um projecto executado em determinado território poderá ser replicado noutro bairro ou zona de intervenção prioritária, algo que, até aqui, não era possível. A 11.ª edição do programa BIP/ZIP terá uma dotação de 1,5 milhões de euros.

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Rui Gaudencio/Arquivo

A próxima edição do programa da Câmara de Lisboa BIP/ZIP - Bairros e Zonas de Intervenção Prioritária contará com uma nova dimensão, através da qual um projecto “com resultados reconhecidos e avaliados” pode propor a sua replicação noutros territórios.

A Câmara Municipal de Lisboa aprovou esta quinta-feira por unanimidade, em reunião privada do executivo, a realização da 11.ª edição do programa BIP/ZIP, com uma dotação de 1,5 milhões de euros, indicou à Lusa o gabinete da vereadora da Habitação e Desenvolvimento Local, Paula Marques (Cidadãos por Lisboa, eleita pelo PS).

A nova vertente do programa, designada de “Boa Prática BIP/ZIP”, que se junta à dimensão de ignição de ideias já habitual, “quer promover a partilha de respostas BIP/ZIP já testadas e com resultados comprovados”, explica o pelouro do Desenvolvimento Local em comunicado.

“Por outras palavras, um projecto com resultados reconhecidos e avaliados pode propor neste novo concurso a sua replicação noutros territórios, estendendo, portanto, a sua área de influência”, acrescenta.

De acordo com a autarquia, estes projectos terão um tempo de implantação de duração mínima de 18 meses e máxima de 24, com verba que pode ir até 100 mil euros.

A mesma nota realça que, tanto os projectos novos, como os já existentes e que serão replicados noutros territórios, a apoiar pela 11.ª edição do programa “a partir de Outubro, têm como desafio pensar respostas para as dificuldades e desafios específicos que se apresentam às comunidades dos territórios BIP/ZIP, nomeadamente devido aos efeitos da pandemia”.

Para a reunião estava ainda prevista a discussão de uma proposta do PCP para que sejam garantidas as condições de acessibilidade para as pessoas com deficiência auditiva nos equipamentos culturais do município, através da colocação faseada dos sistemas tecnológicos necessários, mas o documento foi adiado.

Também a proposta para a criação de um Memorial, no Largo da Boa Hora, em homenagem aos presos e perseguidos políticos no período da ditadura foi adiada, assim como a maioria dos pontos da ordem de trabalhos da sessão, segundo várias fontes do município.

As mesmas fontes adiantaram que o Período Antes da Ordem do Dia da reunião foi extenso e marcado por uma acesa discussão em torno dos festejos do Sporting como campeão nacional de futebol, atrasando assim a agenda.

À tarde, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina (PS), disse desconhecer que a PSP tenha emitido um parecer negativo à festa que se realizou junto ao estádio de Alvalade e reiterou que a autarquia “não tem nenhum poder de autorizar manifestações”.

“Eu vi notícias das fontes associadas à polícia [...] que induziram em erro notícias que alguns jornalistas publicaram, invocando que havia um parecer negativo contra essa organização. Se o há eu não o conheço. E se o há deve ser dirigido internamente à polícia ou ao Ministério da Administração Interna”, afirmou aos jornalistas, à margem da reinauguração das instalações do Supremo Tribunal de Justiça.

O Sporting sagrou-se na terça-feira campeão português de futebol pela 19.ª vez, 19 anos após a última conquista, e durante os festejos ocorreram confrontos entre os adeptos e a polícia.

Milhares de pessoas concentraram-se junto ao estádio, no Campo Grande, quebrando as regras da situação de calamidade em que o país se encontra devido à pandemia de covid-19, em que não são permitidos ajuntamentos de mais de 10 pessoas na via pública, nem o consumo de bebidas alcoólicas na rua.

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