Drones vigiaram mais de 45 mil km2 de floresta e detectaram 62 focos de incêndio

Em Junho está prevista a utilização de nove destas aeronaves não tripuladas.

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Aparelho Ogassa, fabricado pela empresa portuguesa UAvision DR
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Drones detectaram 62 focos de incêndio, NELSON GARRIDO,NELSON GARRIDO
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Tenente-general Marco Serronha Nuno Ferreira Santos

Mais de 45 mil km quadrados foi a área abrangida na vigilância dos drones no combate aos fogos florestais em 2020. Este cálculo foi efectuado na manhã desta quarta-feira no Estado-Maior do Comando Conjunto para as Operações Militares (CCOM), em Oeiras, na apresentação das missões previstas para a utilização das aeronaves não tripuladas para a campanha 2021 de vigilância e detecção de incêndios rurais.

O valor da área abrangida pela vigilância aérea, 45.350 km2, é calculado pela conjugação de diversos parâmetros: o raio de acção das três bases operacionais na Lousã, Macedo de Cavaleiros e Beja; as seis antenas dispostas ao longo do território continental; e as áreas de exclusão dos aeroportos Humberto Delgado, em Lisboa, Francisco Sá Carneiro, no Porto, e de Faro. “É uma cobertura significativa considerando as áreas de risco”, admitiu o contra-almirante Nobre de Sousa, subchefe do CCOM.

Significativa, mas não exclusiva. Através de uma antena móvel montada numa carrinha, a área de vigilância pode ser implementada. Não só no combate aos fogos florestais, mas a outras missões, como a imigração ilegal na costa sul de Portugal, operações de natureza militar ou de outro âmbito. Aliás, em 2020, os drones foram utilizados, fora do período de fogos, na monitorização de diques de barragens e pedreiras em três missões solicitadas pelo Ministério do Ambiente.

Dos 12 aparelhos contratados pelo Estado e com seis antenas fixas no solo, só seis, já aceites e certificados, podem operar ao mesmo tempo. Mas em Junho, foi esta quarta-feira anunciado, serão nove os drones activos. Com uma taxa de disponibilidade de 70%, tal significa a garantia de, pelo menos, oito destes aparelhos estarem operacionais.

O dispositivo operacional para a época de fogos rurais de 2021 prevê um aumento das equipas de operadores. Passarão a ser nove, sete das quais com cinco militares da Força Aérea, e as outras duas mistas, integrando cinco elementos dos três ramos, ou seja, também da Marinha e Exército.

Os aparelhos Ogassa, quatro do modelo 42N (descolagem convencional) e dois do modelo VN (descolagem vertical), fabricados pela empresa portuguesa UAvision, da região de Torres Vedras, têm uma autonomia de voo de seis a nove horas a uma altitude máxima de três mil metros, com um consumo de combustível de 1,5 litros por hora. O preço por unidade é de cerca de 300 mil euros e os constrangimentos são em tudo idênticos aos das aeronaves tripuladas. Ou seja, a sua utilização depende das condições meteorológicas e da integração no espaço aéreo.

O tenente-general Marco Serronha, chefe do Estado-Maior do CCOM, e o contra-almirante Nobre de Sousa destacaram a especificidade da formação. Implica o conhecimento de inglês, idioma oficial da navegação aérea, e traquejo técnico, o que limita o campo de recrutamento de formandos.

Os resultados operacionais de 2020 revelam o cumprimento de 97 missões, num total de 395 horas, com a detecção de 62 focos de incêndio. Trinta e cinco em Mirandela, 18 na Lousã e nove em Beja.

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